sexta-feira, 28 de junho de 2013

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 33

            — Eu quero sim, mas antes só umas coisinhas: se você me acha feia ou bonita, não me importa, pelo menos eu não sou falsa como você. E esse “pouquinho, mas muito pouquinho mesmo” de inteligência me garante que eu não fique pensando só em maquiagem, garotos e roupinhas novas de grife, que eu use meu cérebro pra coisas mais relevantes do que isso e que eu não deixe a prova de Física em branco e depois fique dando piti na sala por causa disso.
            Maria mal terminou a frase e Alice, já vermelha de ódio e bufando, lhe deu um tapa no rosto, que seria devolvido se Rafael e Sasha não tivessem ficado entre as duas e empurrado cada uma para um lado, com uma distância enorme entre elas.
            — Rafa, por tudo o que é mais sagrado, me deixa voltar lá e acabar com ela, me solta!
            — Nem pensar, você fica aqui comigo até se acalmar ou até a Alice ir embora.
            Por mais que tentasse, Maria não tinha força suficiente para fazer Rafael soltar seus pulsos. Ele tinha colocado a garota com as costas contra a parede e estava na sua frente, exatamente para evitar que ela escapasse. Depois de espernear muito, ela esvaziou os pulmões e deixou os ombros caírem. E mesmo assim, Rafael continuava segurando-a firme.
            — Posso saber o que foi aquilo Alice?
            — Vai perguntar pra Maria, quem começou com a baixaria foi ela. Mas… por que você resolveu vir pro lado de cá, ao invés de ir pra lá com a Dona Coisinha?
            Sasha deu um suspiro de impaciência.
            — Eu não resolvi nada, simplesmente empurrei a primeira de vocês duas que entrou na minha frente.
            — Tem certeza de que não tem nenhuma preferência envolvida nisso? — o ar debochado dela deu lugar a um sorriso maroto.
            — Olha Alice, me esquece. Pode fingir que não me conhece e nem bom dia precisa dizer, tudo bem? To indo embora.
            Sem pensar duas vezes, ele virou as costas e saiu, inconformado com o que tinha visto e principalmente ouvido. Sua indignação era tanta que nem se lembrou de perguntar se Maria iria embora com ele.
            — Pronto Rafa, a Alice já foi embora. Posso ir também?
            — Cadê o Sasha?
            — Pra quê?
            — Pra ele ir com você até sua casa, tenho certeza de que tanto eu como ele queremos que você vá direto pra lá, sem ir procurar ninguém.
            — Ele já foi embora, acabei de ver… deixa eu ir embora também…
            Rafael olhou para os lados, como se procurasse uma solução.
            — Nesse caso eu vou com você e nem pensa em reclamar. Vamos.
            Maria ficou emburrada e só abriu a boca no portão de casa.
            — Você é um chato, sabia?

            — Um chato que te ama. — Essa frase saiu sem querer, mas pareceu que Maria não percebeu o que realmente queria dizer.