— Eu não terminei! Você falou tudo o que queria, agora
vai ouvir o meu lado. Eu nunca chamei a atenção, você sabe disso. Os meus
verdadeiros amigos são você, o Sasha, o Rafa, é em vocês que eu confio e é por
vocês que eu faria qualquer coisa. E se eu tiro notas altas… — ela suspirou — faria
qualquer coisa para saber quem se aproxima de mim por mim, e não por elas, por
simples ajuda em dia de prova, em lições chatas de se fazer. Além disso, você
acha que eu não sei de todas as festas e saídas do pessoal da sala, para as
quais ninguém me chama porque acham que eu não vou deixar ninguém se divertir,
que eu vou ficar falando ‘não faça isso, não faça aquilo’? E eu sei muito bem
que todos te chamam. Você acha que não dói quando eu vejo aquele monte de fotos
da turma e não estou em nenhuma delas? E… de onde você tirou que o Rafael e o
Sasha gostam de mim? Eu sei que isso é mentira.
— De onde você tirou que eles NÃO
gostam de você? Tenho certeza de que os dois se derretem toda vez que você ta
por perto. Eu disse que você não percebe a sorte que tem.
Maria se segurou para não explodir
com a amiga de novo. Não queria deixar a situação pior do que estava e era
óbvio que aquilo tudo vinha de outra pessoa. Calina não guardaria tanta mágoa.
Se algo a incomodasse, a primeira coisa que faria seria conversar.
— Isso não importa agora. Só me diz
uma coisa: quem ficou enchendo sua cabeça de minhocas?
Silêncio.
De repente, uma luz se acendeu no cérebro de Maria.
— Foi a Alice. Pode falar. Foi ou
não foi? — como Calina não respondeu de novo, Maria perdeu a paciência — Foi ou
não foi, caramba?! Me responde! Eu achei que a gente era amiga!
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