quarta-feira, 16 de julho de 2014

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 42

            — Sasha você sabe por que a Maria faltou hoje?
            Impaciente, ele mal começou a frase e já estava saindo do banheiro.
            — Se você não sabe da sua namorada como é que eu vou saber?
            Rafael segurou Sasha pelo antebraço.
            — Namorada? Como assim?
            Sasha puxou o braço com força.
            — Sem essa, cara. Eu sei que você estão namorando.
            — Bem que eu queria dizem que sim, e você sabe disso. Mas a Maria não quer nada comigo. Mas afinal, você sabe ou não porque ela faltou hoje?
            — Não.
            Era quase impossível descrever o que Sasha estava sentindo naquela hora. Alívio, alegria por saber que ainda tinha chances com Maria; um pouco triste por saber que seu amigo também estava triste. Ele só tinha certeza de que queria que o último sinal tocasse, para poder finalmente falar com a única garota que ocupava sua mente há muito tempo.
            Parado no portão de Maria, ao invés de tocar a campainha, Sasha pegou o celular. Quatro toques depois, ouviu uma voz rouca.
            — Só você mesmo pra me tirar do repouso, né?
            — Eu também estou bem, obrigado por perguntar.
            — Não sei se o “também” pode ser usado nessa frase… eu to qualquer coisa menos bem.
         — Então agora você vai ficar ótima. Adivinha onde eu estou? — enquanto falava, Sasha reconheceu um papel que estava caindo do saco de lixo. O bilhete que tinha feito para Maria, com algumas gotas de sangue. Com certeza ela estava com ele na sexta-feira.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quase Um Recomeço

Hm... três meses e meio sem aparecer. Que vergonha não? A pessoa que começa a escrever um blog deveria ter noção de que assumiu um compromisso, não acham? hahaha Brincadeiras a parte, daqui a pouco eu explico o motivo do sumiço. 
Quem lê o blog há um tempinho deve ter esbarrado com o texto campeão no quesito drama, "Não é Medo do Vestibular". Sim, eu estava surtando, à beira de um colapso nervoso, e tudo por causa de uma prova que - vamos continuar com o drama - poderia mudar minha vida. Ou melhor, um ano dela. E é por isso que eu falava na época e insisto em dizer isso hoje: eu odeio vestibular. A ideia de, em algumas horas, medir o conhecimento que uma pessoa adquiriu ao longo de anos me parece ridícula, completamente descabida. Eu adoraria ser uma daquelas pessoas que lidam bem com avaliações assim, mas faço parte do grupo que entra em pânico, chora e se descabela só de colocar o pé fora de casa, indo para a prova. E se fico assim no trajeto, vocês podem imaginar meu estado ao sentar e ficar frente a frente com o caderno de questões, não?
Felizmente, saí viva dessa experiência. E me saí bem, diga-se de passagem.
Justo no dia da divulgação dos aprovados, meu computador resolveu que não queria funcionar, me obrigando a usar a internet do celular, que, diga-se de passagem, também não estava em seus melhores dias. Quando o resultado foi publicado, eu tremia tanto que fechei a guia acidentalmente umas três vezes. Depois de uns cinco minutos sofrendo consegui abrir a tela e dar zoom. E lá estava meu nome. Eu não conseguia acreditar que o simples fato de ver meu nome em uma lista podia me deixar tão feliz. Já que estava com o celular na mão, liguei para o meu pai. Não sei dizer qual dos dois chorava mais.O que eu sei é que, uma semanas depois, no dia em que me mudei, eu era a única chorando no carro.
Eu sabia que a casa para a qual eu olhava nunca mais seria minha casa. Seria sempre a casa dos meus pais. Ainda que eu tivesse sonhado por muitos anos com o dia em que moraria sozinha, nunca tinha me passado pela cabeça que isso doeria tanto.
Ainda bem que o sofrimento durou só até o começo definitivo da minha vida universitária, que apesar de ser tranquila por enquanto - afinal, vida de bixo é fácil, convenhamos - , me exige tanta correria e ocupa tanto a minha mente que eu só conseguia lembrar de sentir saudade de casa nos fins de semana. E depois de um tempinho descobrindo todas as vantagens e perrengues de morar a centenas de quilômetros da minha mãe eu percebi que dificilmente vou querer voltar pra debaixo das asas dela. Afinal, usar as minhas é muito mais divertido.