quinta-feira, 27 de março de 2014

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 41

Uhuuu, voltei! Pausa de 20 dias é aceitável? Espero que sim, porque daqui em diante não garanto nada semanal, não hahaha mas aproveitem mais um capítulo: 
            Sasha não se conformava com o fato de que Maria e Rafael estavam juntos. O pior era que isso era tudo o que se passava na sua cabeça há dois dias, e quando achava que tinha conseguido fugir do assunto, algo o lembrava dele de novo. Mas naquele momento ele perdeu a paciência, cansou de não fazer nada e decidiu ir conversar com Maria, dizer o que sentia, sem dar muita importância para as consequências. Trocou de roupa e foi até a casa dela.
            — Ué, a Maria esqueceu o portão aberto? — ele entrou e trancou o portão — A porta também?
            Sasha começou a ficar preocupado. “De novo não…” foi tudo o que pensou antes de sair pela casa chamando a amiga, até a encontrar na cozinha.
            A cena era a mesma de alguns meses antes. Maria estava sentada no chão, o rosto encharcado de lágrimas, um olhar vazio, com sangue escorrendo pelo braço esquerdo e uma faca na mão direita. Sem nenhuma palavra e agindo meio por impulso, Sasha tirou a camiseta e a amarrou bem apertada no pulso de Maria. Ele correu até o telefone, chamou uma ambulância e avisou a mãe de Maria. Quando voltou para perto da garota, ela o abraçou e voltou a chorar.
            — Ta tudo bem agora. Se acalma. Sua mãe e a ambulância já estão vindo.
            Os dois não se soltaram até que a mãe de Maria chegou gritando o nome da filha.
            Maria ficou bem, mas o médico recomendou que ela ficasse em casa por uma semana, para evitar qualquer tipo de estresse, e exigiu que ela voltasse a freqüentar o psicólogo.
            Na segunda-feira depois de tudo isso ninguém além de Sasha sabia o que tinha acontecido. Durante o intervalo, assim como alguns dias antes, ele foi para o banheiro, se apoiou na pia e ficou olhando para o espelho. Até que Rafael apareceu.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Flores no Lixo

A noite era de festa, mas tudo o que Larissa queria era sair logo daquele auditório; feito isso, deletaria os últimos oito anos, teria uma nova imagem e a chance de uma nova vida.
Se tudo desse certo, estaria indo para outra cidade morar sozinha dali a dois meses. A solidão não a incomodaria, com certeza. A única companhia para o fim de semana com a qual ela estava acostumada eram seus livros, DVDs e cobertores. Deixá-los todas as segundas-feiras era horrível. Ir para o colégio era horrível. Saber que muita gente a procurava apenas para conseguir cola em provas e lições para copiar era horrível. E ela sabia que era horrível de sua parte rir sempre que pensava em como seria a vida acadêmica dessas pessoas sem ela.
Ao acordar naquele dia, pensou em tudo isso. Ligou a internet e viu aquelas dezenas de comentários com coisas como “vou sentir falta disso!”, “minha vida não será a mesma sem ver vocês todos os dias!”, “fico feliz em saber que a amizade não acaba por aqui”. A primeira coisa que passou por sua cabeça: “hipócritas. Passam a vida ofendendo uns aos outros e hoje querem fingir que são amigos…”.
Colocou seu vestido, maquiou-se e foi para sua formatura. Encontrou meia dúzia de pessoas com quem realmente se importava e passou a rezar para que tudo acabasse o mais rápido possível.  Olhava para os sorrisos e lágrimas que a rodeavam e sentia pena. Não dela própria, mas daqueles que pareciam acreditar que estavam sofrendo.
Diplomas entregues. Um professor começou a discursar.
— Acabou. Vamos lá, podem ficar felizes! Sei que…
A partir daí Larissa não processou mais nada. Só voltou à realidade quando a chamaram por ser a primeira de sua turma.
Recebeu um certificado e flores. Deu um sorriso amarelo para as câmeras.
Ao pisar fora do prédio, jogou o buquê no lixo mais próximo.
“Chega de passado”.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 40

Siiim, SCA vai ter continuação! Pela primeira vez a pausa - muito - prolongada nas postagens não foi culpa minha, eu estava sem computador, sem internet, enfim. Mas agora vou cumprir com meu dever: postar!

            — Maria, quer ir lá em casa? Vou ficar sozinha a tarde toda e pensei em assistir um filme. Que tal?
            — Ah, valeu por me chamar Calina, mas to só o pó. Se eu fosse ver um filme, ia dormir nos cinco primeiros minutos! Chama o Sasha, ou o Rafa, eles com certeza aceitam.
            — Acho que não… o Sasha anda meio fechado, nem conversa direito, e o Rafa… melhor não.
            — Então a gente marca outro dia. Mas to indo, porque meus olhos mal ficam abertos!
            Quando chegou em casa, Maria foi logo jogando a mochila no sofá, e um papel todo dobrado caiu de dentro dela. Era o bilhete que Sasha tinha escrito uns quatro dias antes, mas que ela não tinha prestado muita atenção quando leu. Só se lembrava de que seu nome estava escrito bem grande no meio da folha com caneta vermelha. Assim que o abriu, seu coração parou por cinco segundos, e depois ficou apertado, angustiado. Em volta do nome, Sasha tinha escrito com canetinha preta “te amo” várias e várias vezes e feito corações vermelhos em volta de todos. Na parte de baixo da folha, a frase: “ser seu amigo não é fácil, tenho que fazer sacrifícios como esse só pra te agradar! Mas no fim vale a pena, porque quando preciso de dinheiro para o lanche você não pode me negar um favorzinho desses! Brincadeira… ah, só mais uma vez: TE AMO, amiga chata”. Uma lágrima escapou pelos olhos fechados de Maria.
            — Amiga, amiga… será que você não entende que eu não quero ser só sua amiga?
            Apertando o bilhete contra o peito, ela foi para a cozinha.