sábado, 25 de fevereiro de 2012

Adolescente e Amando

Sabe aquela expressão: ‘quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra’? Estive pensando sobre ela e acabei fazendo uma variante, com a qual acho que muitos concordarão: ‘quem nunca sofreu por amor que critique aquele que chora por um coração partido’. Todos sofrem por alguém. Tem a criança que nem bem sabe o que amor e se debulha em lágrimas quando aquele (ou aquela) coleguinha mais especial prefere brincar com outro amigo; o bendito (maldito, na opinião de alguns) pré-adolescente, de uns 10 a 12 anos que acha que sabe o que significa realmente gostar de alguém, mas percebe que estava muito enganado quando, a partir de seus quinze ou dezesseis anos, passa por situações que lhe ensinam o que significa sofrer por alguém. Aí alguns vão me perguntar: ‘então você está dizendo que antes dos quinze ninguém sabe o que é amar?’. É exatamente isso. Não sou leiga no assunto, muito pelo contrário. Talvez seja por isso que falam tanto dos nossos quinze anos: essa idade separa a vontade de crescer logo do nosso desejo de voltar a ser criança. É a fronteira entre risos gostosos, sem hora para começar ou acabar, choros escandalosos pedindo colo de mãe e risadas amarelas, lágrimas escorrendo silenciosas, para ninguém notá-las. Mas, afinal, a adolescência é boa ou não? Ela é ótima, estaria mentindo se dissesse o contrário! Temos liberdade, aprendemos a reconhecer irmãos que colecionamos durante a vida, finalmente entendemos a graça de certas coisas que ‘gente mais velha’ se recusava a explicar. O grande problema da adolescência é o nosso coração. Ele e seus defeitos. Cansei de me perguntar onde estava o botão para apagar de dentro dele pessoas que o despedaçaram. Eu o amaldiçoei diversas vezes por ser tão burro e derreter-se por outro coração que parecia feito de pedra. Segurei com todas as minhas forças lágrimas que ele queria fazer cair. E também já o senti parar por alguns segundos, acelerar, quase explodindo, me fazendo dar saltos de alegria. Ele é a prova perfeita de que nada é completamente defeituoso e muito menos perfeito. E é por isso que amo a adolescência. 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 16

Olá! Apareci só pra explicar o motivo do sumiço por cinco dias: vida corrida! E também andei escrevendo mais coisinhas, porque meu estoque estava no fim. É isso, espero que estejam gostando do que leem aqui, beijos!
            — É, acho que sim. Nesse caso… — ela pegou o moletom, que ainda estava quente, e o colocou por cima da blusa. O cheiro de roupa nova junto com o perfume de Sasha invadiu seu nariz. Estranhamente, era como se aquele fosse o melhor cheiro que já tinha conhecido, fazia com que se sentisse muito bem.
            — Sua mãe não vai brigar com você?
            — Por quê?
            — Por emprestar seu moletom novo. Pelo menos ele é cinza, não vai ser tão fácil deixar ele sujo. Apesar de que as mangas estão um pouco compridas, — ela colocou os braços para frente e pelo menos um palmo de tecido caiu na frente dos dedos — quem sabe eu esbarro em alguma coisa, né? E está mais para um vestido do que para um moletom. Talvez eu sente em algum lugar que não esteja assim tão limpo e…
            — Ta, chega de rogar praga para cima do meu moletom ou então eu tomo ele de volta, me ouviu? — Maria olhava para o céu, fingindo estar distraída — Se você não me olhar agora, pode esquecer a caneta que me emprestou ontem.
            — Não, qualquer coisa menos a caneta! Ela é de estimação! Pode falar, eu presto atenção, olho no olho!
            Ela tinha virado Sasha e o segurava pelos ombros. Os dois estavam muito próximos um do outro, se olhando e rindo, mas depois de alguns segundos seus rostos foram ficando sérios, sempre se olhando. Quando percebeu a situação, Sasha puxou Maria pela cintura e a abraçou, emendando a fala:
            — Não gosto de brigar com você.
            Só naquele momento Maria percebeu o quanto Sasha tinha crescido. Desde que se conheciam, tinham quase a mesma altura, mas naquele momento ela mal enxergava por cima do ombro dele. E aquele perfume… no moletom, na camiseta dele, era como uma droga que acalmava seu cérebro. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Pequeno Recado

Meu amor por você é imenso,
Eterno talvez.
Momentos ao teu lado
São como história de 'Era uma vez'.

Quando estás perto de mim,
Sinto que vou flutuar.
Gostaria que soubesse:
Sempre irei te amar.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pensamento

Apesar de não me conhecer,
Sempre te amei.
E apesar de nunca me ver,
Eu sempre te admirei.

Viver sem você me condena.
Apenas te olhar me angustia
Estar sempre ao seu lado eu queria.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 15

            Na manhã seguinte, Maria saiu de casa o mais cedo possível, só para não encontrar Sasha no caminho até a escola. Mas ele teve a mesma idéia, e quando ela estava fechando o portão de casa o ouviu andando e parando de repente. Por mais que ele quisesse ir embora e fingir que não tinha visto ninguém, alguma coisa o impedia e o obrigava a ficar ali, parado no meio da rua, deserta àquela hora da manhã, esperando por Maria. Ainda sem se virar e segurando o cadeado, ela começou a falar.
            — Não preciso que ninguém me espere.
            — Você não vai estragar meu humor a essa hora. Eu ainda to com muito sono e prometo que não abro a boca daqui até a escola. Agora vamos, por favor.
            Maria olhou para trás e para suas mãos nas barras do portão. Decidiu ir com o amigo e deixou os braços escorregarem até a lateral do corpo. Ela se colocou ao lado de Sasha, que tinha voltado a andar e virado o rosto para esconder um sorriso que escapou ao ver os passos da garota. Era como se ela não andasse, mas flutuasse; o andar dela não fazia barulho. Mais assustador era o jeito como ela descia escadas: seu corpo não subia e descia a cada degrau, como todos; vinha seguindo uma linha reta imaginária sobre sua cabeça.
            Nos primeiros cinco ou sete minutos de caminhada não houve uma única palavra de ninguém, um silêncio fúnebre, cortado novamente por Maria.
            — Acho que eu devia ter colocado mais uma blusa. Hoje esfriou muito.
            No mesmo instante, Sasha tirou a mochila das costas, desvestiu o moletom e o estendeu para o lado. Quando percebeu a demora de Maria para apanhá-lo olhou em sua direção e viu sua cara de espanto.
            — Não quer?
            — Você prometeu que não ia falar nada.
            — Esse sorriso quer dizer que fizemos as pazes?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 14

            — Ninguém. Eu vi. Mas se ele não quer mais a Maria, é um menos na concorrência.
            Naquele instante, o cérebro de Calina parou de processar todas as informações, teve um curto-circuito. Será que ela tinha escutado certo?
            — Como assim Rafael? Por acaso você…? — as palavras para terminar a frase sumiram.
            — Se eu gosto da Maria? Claro que sim. Ela é legal, inteligente, bonita. E para minha sorte, os outros meninos da sala estão tão ocupados babando pela Alice e suas Barbies que ela acaba sendo só a menina que anda com o Sasha e o Fumio. E com você, claro. Falei alguma mentira?
            Feliz ou infelizmente, tudo aquilo era verdade. ‘Alice e as Barbies’, como eram conhecidas as meninas mais ricas e bonitas da sala (nesse último caso, só na opinião dos meninos), faziam qualquer outra garota ser invisível. Calina tomou fôlego, mexeu um pouco a boca e respondeu:
            — Não.
            Rafael juntou os braços ao corpo e colocou as palmas das mãos para cima, como se dissesse: ‘viu só?’.
O ônibus que ele estava esperando chegou e a fila pra entrar se formou como mágica. Aproveitando o tempo em que os outros passageiros entravam, terminou a conversa.
            — Ca, eu só vou pedir para você não contar isso para ninguém, principalmente para a Maria. E agora que o Sasha saiu de cena, é minha vez de agir, não vou perder nem mais um dia. Eu preciso ir. Tchau, tchau.
            Calina acenou com a mão e ficou parada, esperando o ônibus ir embora, e enquanto isso não acontecia, Rafael não tirava os olhos dela, com um olhar e um sorriso que pareciam maliciosos, divertidos e secretos, tudo ao mesmo tempo, um olhar que já era sua marca registrada, mas que naquele momento significava apenas que ela devia fazer de conta que não tinha ouvido segredo nenhum dele.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 13

            Meio sem jeito, Sasha respondeu:
            — As duas. Mas não vem ao caso. E como é que é? Vai embora de uma vez ou vai ficar enrolando aqui em casa?
            — Não adianta, você não tem vocação para ser grosso com os outros nem de brincadeira, Sasha, desiste! Mas tudo bem, eu vou, só quero que você abra a porta para mim, pode ser?
            A alguns quarteirões de sua casa, Calina encontrou Rafael no ponto de ônibus e ele logo perguntou sobre o que tinha acontecido com Maria.
            — A Marta me contou que ela foi embora pisando duro… só que isso não tem muito a ver com o estado normal dela.
            Ele ouviu toda a história; ou quase toda. Calina não tinha coragem de comentar com ninguém o que ela achava que Sasha sentia por Maria, ainda que todos achassem o mesmo que ela.
            — Mas acho que eles brigarem agora não vai fazer tanta diferença… — Calina fez cara de interrogação e Rafael concluiu o pensamento — Para mim, o Sasha esqueceu a Maria, tipo, desencanou. Parece que ele gosta da Alice.
            — É o quê?!
            — Isso, berra mais alto! — ele puxou a amiga mais para perto e começou a falar baixo — Depois que ele saiu da escola, foi na Avalanches e encontrou a Alice, sentou com ela, ficou conversando… teve até beijinho na testa quando ele foi embora.
            Por mais que tentasse, Calina não conseguia colocar as idéias em ordem dentro da cabeça. Nada daquilo que estava ouvindo fazia sentido. Não tinha como Sasha gostar da Alice… ou tinha? Talvez pedir para Maria ser como ela não fosse mera coincidência.
            — Quem te contou isso?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Amor Alheio

Para mim é difícil imaginar
Que toda noite, ao se deitar,
Uma pessoa sonhadora como eu
Quer apenas um abraço meu.

Talvez essa pessoa seja
Simplesmente perfeita para mim.
Mas tua imagem impede que eu veja
A existência dessa paixão carmim.


Quem sabe esse amor fosse mais fácil,
Com menos dor, mais alegria
E até pudesse me ensinar algo
Algo que, de certa forma, eu já sabia.

E assim sendo, já sabendo
Quantas vezes me peguei por ti sofrendo
Nunca me perdoaria por fazer
Alguém por mim também sofrer