terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Estrelas

Toda noite eu me pergunto
Ao ver o céu, a lua e estrelas
O que de tão grave ocorreu
Que nosso amor fugiu p'ra elas.

Onde antes haviam beijos,
Hoje é a casa do lamentar.
E a antiga casa do amor
Precisa agora se remontar.

E a cada vez que se remonta,
Volta o amor, vem visitar
Sua antiga morada entre nós
E as lágrimas... só fazem rolar.

Me vem o ódio, raiva, aflição.
Ódio das nossas lembranças
Raiva da nossa paixão
Medo se esquecer que um dia
Não estava em pedaços meu coração.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 12

            — Oi?
            Calina abriu um sorriso e sacudiu a cabeça para os lados
            — Nada, eu vou pra casa e deixar você sonhar com uma certa pessoinha em paz. — ela se levantou, e quando viu a expressão de ‘ou você se senta de novo por bem ou por mal’ no rosto do amigo se jogou no sofá. — Vai dizer que você não ta pensando em uma pessoa que tem um nome de cinco letras, que começa com “Ma”, termina com “ria”…
            — Ok, você venceu! To pensando nela sim! Mas não do jeito que você acha.
            — Finjo que acredito pela nossa amizade.
            — Ah, fica quieta. É sério. Ainda não entendi por que ela me deixou falando sozinho! E não adianta me dizer “pára e pensa” porque eu não tenho o pensamento igual ao de vocês, meninas.
            — Você falou pra ela ser igual à Alice! Esqueceu? O mundo todo sabe que elas não se bicam e você me solta uma pérola dessas! Não era pra ela ficar brava?
            — Não, porque eu não disse que ela devia ser igual a Alice em tudo, só que ela devia se preocupar menos em tirar …
            — Esquece, você não vai entender. E eu tenho que ir embora mesmo, pode deixar que eu me viro com vetores.
            Enquanto Calina recolhia as apostilas e cadernos que tinha tirado da bolsa, Sasha ligou a TV no canal de música. Estava passando o clipe de Iris, do Goo Goo Dolls, uma das músicas que Maria mais escutava e o obrigava a ouvir junto. O pior era que ele considerava a música irritantemente perfeita.
            — Ela me persegue… — ele murmurou.
            — Quem? A Maria ou a música?

sábado, 28 de janeiro de 2012

Sonho Meu


Por mais que eu tente evitar
É simplesmente impossível não sonhar
Com aquela cena que não aconteceu,
Pois é um desejo somente meu.

Sei bem o que acontece
Conheço todos os detalhes do lugar.
E sei que depois da alegria que se tece
Acordarei, sabendo que na verdade iria se afastar.

Após os pulos de alegria
Vem o choro na escuridão.
Se eu pudesse, aos céus iria
Pedir a Deus, aos anjos, uma simples solução.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 11

            Exatamente por ser amiga do garoto, era impossível não reparar em como ele era bonito. Muito bonito. Alto, forte, inteligente e simpático. Difícil era acreditar que um menino assim existisse e que a maioria das garotas nem reparassem nele. Também, estando na mesma sala do Miguel…
            — Vamos estudar ou não?
            — Claro que sim, mas antes eu preciso saber se você reconhece essa letra. — ela puxou o papel que encontrou do bolso e o entregou dobrado mesmo. E a resposta foi rápida.
            — Ué, acho que essa é a letra da Alice.
            — Hum, o Fumio falou a mesma coisa, mas porque ela entrou correndo e chorando no banheiro hoje.
            — Que hora?!
            — Depois do último sinal. Aliás, quando você voltou pra escola, ela tinha acabado de aparecer, com cara de quem estava chorando. Você não reparou?
            Sasha não respondeu. Ele estava com o olhar fixo no papel e parecia buscar alguma informação na memória.
            — Calina… onde esse papel estava?
            — Lá na escola, perto da escada, sabe, do lado dos jornais do dia? Mas o que isso tem a ver com a letra?
            — Nada, esquece. Prefiro ter certeza do que ia dizer agora. Vamos lá pra sala estudar que a gente ganha mais.
            Decidiram começar por Física, já que a prova seria no dia seguinte, mas Sasha parecia estar com a cabeça no mundo da lua e Calina estava falando sozinha.
            — Ta, eu sei que você vai dizer que não é difícil, só que eu me atrapalho demais com vetores, principalmente… Você ta me ouvindo?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Estar Com Você

Não tenha medo
Pega minha mão
Ainda está cedo
Apenas sente o coração


Cada batida, pulso
Quer dizer algo
Sem ser expulso
Ou deixar espaço vago


Felicidade, uma palavra;
Significado, não sei.
Sem você aqui
Só o vazio conhecerei


Minha alma explode,
Isso eu te digo,
Quando teus braços
Me servem de abrigo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 10

            — Ué, você vai embora?
            — Só eu não, a gente vai pra sua casa, porque eu corro risco de vida se continuar aqui. A Maria ta com um mau-humor sem igual.
            — Ta brincando, né? — Calina fez que não com a cabeça e começou a seguir o amigo em direção a casa dele — Ótimo, me troquei de novo pra nada.
            — Hã? Você trocou de roupa quando eu te chamei? Mas você ainda ta de uniforme…
            — Lá em casa você vai entender o que eu quis dizer. Aliás, por que você ta vindo comigo?
            — Porque não to com vontade de voltar para casa agora. E eu preciso de uma pequena ajuda em Física… e Química… e Matemática…
            — Fala logo ‘em tudo’.
            Calina riu pelo nariz enquanto Sasha abria o cadeado. Quando entraram na casa, ele disse que já ia voltar, e se ela quisesse beber alguma coisa era só ir até a cozinha e pegar o que tivesse. Ela decidiu pegar um copo d’água e ao fechar a porta da geladeira escutou Sasha chegando e se virou. Se não soubesse quem era, seria difícil acreditar no que via. Ele costumava estar sempre arrumado, suas roupas pareciam sempre novas e até mesmo o cabelo desarrumado parecia ter sido deixado daquele jeito de propósito. Mas naquele momento ele estava vestindo uma regata puída e uma bermuda suja de tinta, e seu cabelo estava realmente bagunçado. Diante da surpresa da amiga, ele abriu os braços e perguntou:
            — Me entendeu?
            — Acho que sim.
            — Sabe, sou meio desastrado em casa, então para evitar acidentes com roupas boas, uso os meus “panos de chão”. Até nas horas em que tem alguém em casa.
            — Ah… sei.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pesadelo

Me deitei em minha cama
E suspirei, e olhei, e nada vi
E por um único momento duvidei
De tudo aquilo em que um dia cri

Passaram-me falsas impressões
Muitos daqueles que amei, por anos a fio
E agora quando penso nas consequências
Tudo o que sou capaz de sentir é um arrepio

Mentiras, no lugar de confissões
Mentes frias, ao invés de paixões
E o abraço aconchegante é na verdade
Uma simples armadilha

Minutos depois, adormeci
Para meu alívio, afinal, percebi
Que por algumas horas poderia fugir
Dessa pesadelo que, quando acordada, parece me perseguir

domingo, 22 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 09

            — Ah. — silêncio dos dois lados. — Então, sobre aquela hora… eu não quis ser grosso nem nada, mas acontece que às vezes você é muito cabeça-dura, e isso me irrita, de verdade. Talvez porque eu também seja assim, vai.
            Maria paralisou e arregalou os olhos, espantada, e Calina se jogou no tapete com uma almofada no rosto para abafar a crise de risos.
            — Maria? Você ainda ta ai?
            — Não, espera aí, pára tudo, quem ta falando?
            Calina ria cada vez mais.
            — Como, ‘quem ta falando?’, sou eu!
            — A voz é sua, mas o Sasha que eu conheço nunca me pediria desculpas. Aliás, ele mesmo me disse isso antes de ir embora.
            — Ir embora?! Foi você quem me largou falando sozinho! E eu não estou pedindo desculpas, só disse que não era minha intenção ser grosso!
            — Que é o mesmo que pedir desculpas.
            Já sem fôlego, Calina entrou na conversa:
            — Sasha, faz o seguinte, vem aqui pra conversar. E pode ficar tranqüilo porque mesmo que a Maria não queira, eu abro o portão para você.
            E desligou o telefone. Maria estava tão brava que nem abriu a boca e quando a amiga se sentou ao seu lado, levantou com um pulo e foi para o quarto. Era impressionante a capacidade dela de ser intrometida quando queria. Para que chamar o Sasha para conversar, se não tinham mais nada para falar?
            A campainha tocou e pouco depois Calina apareceu na porta com a mochila pendurada em um ombro e correndo com uma chave na mão.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sinto Falta De Você

Sinto falta de você
Das alegrias que me fazia sentir
Das lágrimas que fazia cair
Mas não sei bem dizer o porquê

Sinto falta de você
Da euforia marcada
Da esperança na face estampada
E da possibilidade de em tudo crer

Sinto falta de você
Como muitos sentirão também
Falta da magia que mais ninguém
Consegue fazer meu mundo ter

E para sempre sentirei
Essa falta de você
Pois agora é adeus
Sem que nada eu possa fazer

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 08

            Pela primeira vez, Maria ficou sem reação. Abaixou a cabeça, cruzou os braços e suspirou. Seus olhos marejaram e Calina se sentiu muito mal por deixar a amiga daquele jeito, mas antes que a primeira lágrima caísse ela olhou para cima e começou a rir.
            — Gente, como eu sou besta! Tanto drama por nada. Como é que vocês me aguentam?
            — De verdade? Não tenho a mínima idéia! Você é tão chata, mas tão chata que chega a doer. Acho que eu só fico perto de você na esperança de que as minhas notas fiquem iguais as suas!
            Nessa hora, o celular de alguém começou a tocar, mas nenhuma das duas reconheceu o toque, até que Maria puxou um aparelho do bolso.
            — Mas o Fumio é muito desligado, mesmo. Me entregou o celular dele ao invés de meu. Adivinha quem ta ligando?
            — Não sou vidente.
            — O Sasha. — Maria apertou o botão para atender e Calina logo puxou o celular e ativou o viva-voz — Alô?
            Sem entender nada, ele demorou a responder.
            — Quem é?
            — Sou eu, Sasha. O Fumio me deu o celular errado.
            — Hã?
            — É a Maria!
            — Mas o que você ta fazendo com o celular do Fumio?
            Maria deu um tapa na testa e bufou. Quando voltou a falar, dizia tudo lentamente.
            — Acabei de dizer que ele me entregou o celular errado. Lembra que quando você chegou ele disse que veio me dar meu celular?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 07

            — Dá pra parar de responder com perguntas?
            — O que você acha? Pára e pensa.
            Calina entrou e Sasha ficou parado do lado de fora, tentando enxergar alguma coisa pela janela da sala. Quando se convenceu de que isso era impossível foi para casa.
            Enquanto isso, Maria se recusava a aceitar o fato de que talvez tivesse exagerado um pouco na discussão também.
            — Ele me pediu pra ser como a Alice! Como aquela coisa metida!
            — Não senhora, ele só disse pra você parar com essa neura de querer tirar nota máxima em tudo.
            — Assim como a Alice faz. Aliás, ela não dá a mínima pra nota; passando de ano ta bom. E eu só quero tirar notas altas porque isso mostra que eu me esforço e dou o meu melhor.
            — Mas precisava ter largado o menino sozinho na rua?
            — Primeiro: como ele mesmo faz questão de repetir, ele não é menino nem garoto, ele é mais velho do que eu. Segundo: a casa dele é no fim da rua, eu não abandonei nenhuma criatura indefesa. E não pense que eu não ouvi você dizendo ‘pegou pesado, hein?’.
            Calina se perguntava por que ela insistia em ter essas discussões com a amiga, que era muito turrona.
            — Só falei isso porque é verdade. Acontece que vocês dois são uns cabeças-duras que nunca vão admitir que estão errados, vão sempre ficar esperando o outro pedir desculpas ou esquecer o que aconteceu. Vocês se merecem! E fique sabendo que pra mim chega, é a última vez que eu fico ouvindo sobre as briguinhas sem motivo dos dois.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 06

            Enquanto Fumio se afastava, Maria esperava que Sasha falasse logo o que ele queria ao invés de ficar parado no meio da rua olhando para ela com aquele sorrisinho besta no rosto.
            — E…? Anda, fala logo, to esperando.
            — Falar o quê? Não ta esperando que eu te peça desculpas, né?
          — Mas… — ela olhou para o lado como se dissesse ‘eu não ouvi isso’ — como assim? Você não vai me pedir desculpas?
            — Me dá um bom motivo pra isso que eu posso pensar no seu caso.
           — Não vou dar motivo nenhum, porque você sabe que não foi nem um pouco legal gritar comigo no meio do corredor.
            — Pronto, já me deu o motivo e eu já pensei. Não vou pedir desculpas coisa nenhuma. — a essa altura, Sasha já estava na calçada, a meio metro de Maria — Eu não teria ficado bravo se você não tivesse feito birra por causa de um mísero cartaz. Poxa, o que custa aceitar o que eu falo, só pra variar?
            — Eu aceito, só não to a fim de perder nota porque a chata da professora vai falar que nosso cartaz devia ter mais cores.
            — Pára de se preocupar com nota! Não dá pra tirar máxima em tudo! Por que você não pode ser que nem a Alice pelo menos uma vez na vida e ligar um pouquinho menos pra isso?
            Maria fechou o portão na mesma hora e entrou, mais irritada ainda.
            — Pegou pesado, hein? — Calina apareceu do lado de Sasha.
            — Você ouviu é?
            — E dá pra não ouvir? Com esses berros, até surdo passa a escutar. — ela apertou o interfone e avisou quem era.
            — Mas o que eu falei de errado agora?
            O portão abriu.
            — Jura que você não sabe?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 05

Gente, sei que a qualidade dos desenhos não é das melhores, mas é o que a desenhista é capaz de fazer! Ai, ai, preciso conversar com ela... rs

            Esse último item era realmente inacreditável. Ele mesmo tinha inventado o apelido ‘Princesinha do Gelo’ porque, ainda que fosse amigo dela sabia como ela era fria; mas nunca se atreveu a comentar isso com ninguém além de Fumio e Maria.
            Desde a pré-escola Alice era a mais bonita, de acordo com o que ele ouviu. Então era normal os meninos gostarem dela. Até aí tudo bem. O problema era que quando ela descobria, fazia questão de desprezar o garoto, como se ele fosse um plebeu indigno de um lugar no coração da princesa que ela achava que era. Talvez o único que não passaria por isso era Miguel, um garoto da sala deles, o mais bonito da escola, de acordo com a maioria das meninas.
            A casa de Maria ficava perto da de Sasha e os dois sempre iam e voltavam da escola juntos e por isso ele se sentia um tanto ‘responsável’ por ela, ainda que isso a deixasse irritada e a fizesse dizer que só porque ele tinha nascido seis meses antes não significava que ele fosse mais velho e pudesse mandar nela. Aliás, o que acontecia era exatamente o contrário. Mas ele decidiu ver se amiga tinha chegado em casa, mesmo sabendo que teria de aguentar o mau-humor dela.
            Assim que virou a esquina, viu Maria e Fumio conversando no portão.
            “Menos mal; pelo menos eu não vou ficar parado indefinidamente esperando ela abrir.”
            — O senhor não tava atrasado pra chegar em casa, hein?
            Fumio se assustou e olhou em volta querendo saber quem era.
            — Ah, você. Que susto, cara. Então, eu estou atrasado, mas alguém aqui — ele apontou para Maria — saiu da escola tão nervosa que nem lembrou que o celular dela ficou comigo. Mas eu preciso correr. Falou, gente.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Isso Se Chama... Fofoca

Assim como qualquer animal, o homem tem um meio de se comunicar, e há milhões de anos ele não era mais do que sons e grunhidos, mas como passar do tempo, fomos juntando esses sons e formando palavras, frases, línguas diferentes. Tudo para expressar fome, frio, ideias, amor, raiva… ah, e claro, para transmitir experiências. E isso implica em falar da vida alheia.
Até aí, digamos que tudo bem, porque ficar sabendo do que acontece com os outros pode até ser saudável, sabe? Se já te contaram que fulano fez assim, mas o resultado não foi bom, quando for sua vez você escolherá fazer assado. Beltrano foi pela direita e não teve um bom resultado? Ótimo, agora você vai pela esquerda.
O problema começa mesmo quando as pessoas começam a querer dar palpites e julgar as escolhas do outros, quando se intrometem em algo que não lhes diz respeito.
Se alguém preferiu o verde ao azul, quem terá de arcar com as consequências será essa pessoa; caso você queira aprender com esse possível erro, é um direito seu, mas julgar não. Assim como contar para Deus e o mundo o que foi feito também não é uma das ações mais corretas do mundo.
É engraçada essa necessidade humana, esse prazer que muitos encontram em tomar conhecimento de cada passo alheio, de cada sílaba dita, de todas as decisões tomadas, principalmente quando estas se referem a relacionamentos.
Mas é claro que tudo depende do grau de intimidade, pois é óbvio que nossos amigos têm total liberdade de perguntar: “você fez mesmo isso?” e logo em seguida palpitar: “você enlouqueceu? Devia ter feito completamente o contrário!”. As pessoas as quais me referi nos parágrafos anteriores são aquelas que conhecemos mais de vista do que de papo.
Se há algo que tem o poder de me tirar do sério instantaneamente, esse “algo” é aquela pessoa que nem “bom dia” é capaz de me dizer chegar perguntando sobre minha vida.
O que muitos precisam entender é o seguinte: caso alguém queira que você saiba de algum acontecimento, não se preocupe, esta pessoa irá te contar. Mas se isso não acontecer, não pergunte. Exceção aberta para amigos, ok?

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 04

Voltei! Já tive minhas férias longe do blog, agora as postagens começam de novo. E aí vai mais um capítulo...

            Mesmo sem companhia, Sasha foi até a lanchonete para tomar um sorvete e acabou se encontrando com Alice, que estava com a apostila aberta em cima de uma mesa, mas com o olhar fixo no nada.
            — Posso sentar aqui?
            — O quê? Ah, oi… Pode sim, senta aí. To tentando estudar, mas tudo o que eu consigo fazer é pensar em uma pessoa.
            — Olha, a Alice ta apaixonada. Vai me contar quem é? Não, nem responde. Já sei que isso não se fala nem sob tortura, né?
            Ela suspirou e fez uma expressão de ‘com certeza’.
            — Bem que o ‘nerd’ podia me ajudar a estudar. Talvez assim eu conseguisse pelo menos um cinco e meio na prova.
            Sasha mirou e jogou o potinho de sundae no lixo.
            — Acho que dessa vez você vai ter que se contentar com menos, preciso ir. — ele deu um beijo na testa da garota e pegou a mochila — É só parar de pensar no namorado que você consegue!
            Alice o acompanhou indo embora com os olhos até onde a janela da lanchonete deixou. Depois, se fixou no nada de novo.
            No caminho para casa, Sasha estava pensando em como tudo estava às avessas naquele dia. Maria, que sempre estava rindo e fazendo os outros rirem, saiu de mau-humor só por causa de um trabalho bobo. Fumio, que nunca tinha horário para chegar em casa, já estava atrasado. E Alice, ou ‘Princesinha do Gelo’, estava gostando de alguém a ponto de se desconcentrar.