sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

When You Leave

Gente, esse texto aqui se apresentou para mim em inglês (rs), então duas observações: quaisquer erros que encontrem, me deem um toque, ok? É só deixar aí nos comentários. E se alguém quiser que eu poste uma tradução, comenta também ;) Hope you like it!

When everything fades
In the moment I go blind
Can I reach for your hand
To lift me up from this place?
'Cause I can't stand it anymore

I was left behind, no regrets
And even when no one cared
You looked back, stared at me
You felt what no one could see

If I'm weak, please, listen
My heart will keep beating
For you, and all the things I saw
Nothing's fair, you told me then
But I've found strength 
Deep down in your eyes

The time has come for you to go
And take all the memories too
The only thing that's left
A little piece of paper on my bed
Your letter telling me "remember
Not to let them take you down"

Nós Crescemos


De vez em quando tenho o péssimo hábito de parar no meio da aula e ficar observando meus amigos e colegas. Ultimamente, isso tem sido realmente interessantes. O que vou dizer pode parecer manjado, mas para mim chega a ser divertido.
Antes de expor meu divertimento, preciso fazer uma introdução: me lembro perfeitamente da época da minha pré-escola até a quarta, quinta série, quando eu admirava os alunos mais velhos. Eles pareciam independentes, cheios de responsabilidades, inteligentes. Eu sempre os via com montes de cadernos, livros, vestindo roupas “descoladas”, sendo espontâneos, sorrindo, sendo jovens. Não somente eu, mas todos os meus colegas, mal podíamos esperar para crescer e ser como eles.
Hoje temos entre 16 e 17 anos, mas não mantive contato com nenhum amigo do pré, apenas converso com alguns que conheci quando mudei de escola.
Enfim, agora somos adolescentes, agora nós somos admirados por crianças, exatamente como fazíamos dez anos atrás.
Mas o que acho engraçado é olhar para aquelas pessoas que conheci quando só pensávamos que éramos gente e ver que a infância já passou há muito tempo, que sobraram míseros resquícios dela em alguns atos nossos, nada mais. As meninas que brincavam de Barbie já as jogaram em um canto qualquer, junto com os velhos diários, e hoje têm corpos e feições de mulheres feitas. A maquiagem toda borrada, surrupiada da nécessaire da mãe, agora é bem feita, quase item obrigatório nos rostos adolescentes. Os garotos deixaram de ter corpos mirrados para se transformarem em postes falantes. Também já são homens, não têm mais a antiga voz fina e não veem mais as garotas como alienígenas desprezíveis, muito pelo contrário. A cortina de ferro que separava “eles” para um lado e “elas” para outro desapareceu, deu lugar a amizades fortes em muitos casos.
E quando vejo essa mudança toda me pergunto se veremos mais mudanças uns nos outros, não só físicas. Sei que é quase impossível não me distanciar de algumas pessoas, mas eu gostaria de ver o rumo que as vidas de meus amigos mais próximos vão tomar. Pode ser o convencional pacote “namoro, casamento, filhos” ou algo mais alternativo, como “mudança para a Ucrânia”, “integrante de uma banda mundialmente famosa”, “desenhista dos estúdios Disney (ou DC, Marvel, qualquer um)”. Caminhos existem muitos, até mais do que os cabelos brancos que veremos em nós.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Trabalho da Mamãe


Depois de um longo e cansativo dia, Liliane não queria saber de mais nada. Banho, jantar e cama. Isso era tudo o que pedia naquele momento.
 — César? — ela abriu a porta da frente aliviada. Estava em casa. — Amor, já cheguei.
Seu marido não respondeu, mas ela sentiu alguns puxões em sua calça.
— Oi mamãe! — Tomás ficava tão feliz de ver a mãe que seus olhos chegavam a brilhar.
Liliane pegou o filho no colo e imediatamente ele se agarrou como pode à mãe e deitou a cabeça em seu ombro, enquanto ela entrava procurando pelo marido, deixando a bolsa no sofá e os sapatos em um canto da sala.
— Você não deveria estar dormindo, mocinho? Já está tarde. — Tomás não respondeu — Cadê o papai?
Desta vez o pequenino apontou para o quarto dos pais. Sem tirá-lo do colo, Liliane abriu a porta e ouviu o chuveiro sendo desligado. César entrou no quarto logo em seguida.
— Oi amor. — ele olhou confuso para o filho — Tomás, o papai não falou para você não sair do banheiro? — e dirigiu-se à esposa — Ele não quis dormir; queria te esperar.
— Tudo bem. Vou colocar esse mocinho na cama, — ele deu tapinhas de leve no bumbum do filho — e já volto.
Com toda a paciência e se esquecendo do cansaço, Liliane escovou os dentes de Tomás, lhe deu um banho rápido e o vestiu com seu pijama de super-herói. Ela o colocou na cama e ficou ao seu lado. Quando o garotinho estava quase pegando no sono, falou com a voz arrastada, sem forças:
— Mamãe… eu queria que você trabalhasse na TV…
— Por quê?
— Para eu te ver o dia todo, enquanto você trabalha…

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 30


            — Sabe que eu também achava isso? Até você me trocar pelo Rafael! Faz quase um mês que eu não sei o que é conversar com você, ficar uma hora no telefone só falando bobagem… faz um mês que eu não sei o que é ser sua amiga.
            — Eu nunca te trocaria pelo Rafael, porque quem me entende, quem é a minha metade, é você…
            Calina sorriu, lembrou da conversa que teve com Fumio. Ela se levantou do chão e se jogou no pescoço de Maria, e ainda chorando sussurrou no seu ouvido:
    I’m the only friend that makes you cry”.
            Entre soluços e rostos encharcados de lágrimas, as duas começaram a dar boas gargalhadas.
         — Viu só? Você me apresenta essas bandas ótimas e as letras colam em mim. Você me desculpa?
            — Com uma condição: foi a Alice que encheu seus ouvidos ou não?
            — É, em parte foi. Mas eu admito que muitas vezes mesmo sem ela dizer muita coisa eu acabava entrando na dela, falando mal de você.
            — A sua sorte é que você é minha melhor amiga. Porque metade de mim quer te matar… — Calina arregalou os olhos — mas a outra metade ta muito impressionada com a sua sinceridade. E agora a minha primeira metade vai matar a Alice mesmo! Ai, aquela… eu mato ela!
            — Não perde seu tempo com ela como eu perdi. Apesar de que… eu tenho uma ideia. Ou o começo de uma. Por um tempo, vamos fingir que ainda não estamos nos falando, e eu continuo andando com ela até ter um planinho em mente.
            — E eu achando que eu era má… você me surpreende! Então, combinado. Sem conversas em público por um tempo.
            — Então, até amanhã, inimiga temporária…
            Maria levou Calina até o portão, mas antes que a amiga fosse embora ela se lembrou de algo e disse que voltaria em um minuto.
            — Isso é pra você. Presente de desaniversário.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ellen Enviou Uma Mensagem


Quando ouviu o barulhinho do Facebook indicando que uma mensagem havia chegado, Renan clicou na guia rapidamente. Quem o chamava era sua amiga Ellen.
            — Finalmente você ta online!
            — Oi pra você também.
            — O sumido sem educação daqui é você… mas e aí, tudo bem?
            — Eu to, e você?
            — Também. E a escola nova? Já fez muitos amigos novos ou ninguém quer saber de um insuportável que nem você?
            — Até que as pessoas são bem legais, mas só me aproximei mesmo de uns quatro, cinco. — prevendo o que Ellen diria, ele completou — Não vou esquecer de você aí, pode ficar tranquila. Qualquer dia passo lá na escola pra ver todo mundo.
            — Promete?
            — Prometo, prometo. Ah, e tenho uma notícia… hahaha.
            — O que aconteceu?! Conta, conta!
            — Não vai me chamar de mulherzinha?
            — Aí depende… hahaha, brincadeira, pode contar.
            — Tem essa garota, a Larissa… ela é tudo o que eu sempre pedi… foi a primeira pessoa que veio falar comigo, é tão fofa, pensa como eu e é tão linda… to gostando muito dela, mas sei lá… acho que não tenho muita chance.
            Ellen terminou de ler a mensagem com o coração em frangalhos. Tinha demorado demais para dizer a Renan o quanto gostava dele, que esperava mais do que amizade. Tinha se tornado simplesmente a amiga para quem ele contava tudo e pedia conselhos. Dificilmente seria mais do que isso.
            — Legal, Renan, boa sorte com ela, ta?
            — Obrigado, horrorosa.  Ellen, minha mãe ta me chamando, tenho que ir.
            — Tudo bem, vai lá. E não esquece que te amo.
            — Também te amo… é bom ter uma amiga como você.
            “Renan não está no bate-papo”
            E Ellen queria que também não estivesse em seu coração.

sábado, 3 de novembro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 29


            — Eu não terminei! Você falou tudo o que queria, agora vai ouvir o meu lado. Eu nunca chamei a atenção, você sabe disso. Os meus verdadeiros amigos são você, o Sasha, o Rafa, é em vocês que eu confio e é por vocês que eu faria qualquer coisa. E se eu tiro notas altas… — ela suspirou — faria qualquer coisa para saber quem se aproxima de mim por mim, e não por elas, por simples ajuda em dia de prova, em lições chatas de se fazer. Além disso, você acha que eu não sei de todas as festas e saídas do pessoal da sala, para as quais ninguém me chama porque acham que eu não vou deixar ninguém se divertir, que eu vou ficar falando ‘não faça isso, não faça aquilo’? E eu sei muito bem que todos te chamam. Você acha que não dói quando eu vejo aquele monte de fotos da turma e não estou em nenhuma delas? E… de onde você tirou que o Rafael e o Sasha gostam de mim? Eu sei que isso é mentira.
            — De onde você tirou que eles NÃO gostam de você? Tenho certeza de que os dois se derretem toda vez que você ta por perto. Eu disse que você não percebe a sorte que tem.
            Maria se segurou para não explodir com a amiga de novo. Não queria deixar a situação pior do que estava e era óbvio que aquilo tudo vinha de outra pessoa. Calina não guardaria tanta mágoa. Se algo a incomodasse, a primeira coisa que faria seria conversar.
            — Isso não importa agora. Só me diz uma coisa: quem ficou enchendo sua cabeça de minhocas?
            Silêncio. De repente, uma luz se acendeu no cérebro de Maria.
            — Foi a Alice. Pode falar. Foi ou não foi? — como Calina não respondeu de novo, Maria perdeu a paciência — Foi ou não foi, caramba?! Me responde! Eu achei que a gente era amiga!

sábado, 27 de outubro de 2012

Além de Linda...


Lauro inclinou a cabeça para o lado e a apoiou no ombro de Gabriela.
— Não quero te perder.
— E quem disse que vai?
— Um dia eu vou. Sei que esse dia vai chegar. — ele se endireitou, colou os ombros na parede e ficou olhando para o nada — As coisas não acontecem como gostaríamos que acontecessem.
— Você não gostou de ter ido ao shopping no dia em que me conheceu?
— Claro que gostei.
— Não gostou de ter ido falar comigo?
— Gostei.
— Não gostou do momento em que aceitei namorar você?
— Como assim, Gabi?
— Responde.
— É óbvio que gostei, foi um dos momentos mais felizes da minha vida.
— Não gosta de estar comigo aqui, agora?
— Gosto, claro que gosto. Que perguntas são essas?
— Você ainda tem coragem de dizer que as coisas não acontecem como gostaríamos que acontecessem depois de tudo isso?
Ele suspirou e olhou para a namorada. Sorriu involuntariamente. Além de linda, era esperta. Melhorava seu humor. Era compreensiva. Meiga. Lauro mal acreditava que estava com uma garota como Gabriela.
— Você entendeu o que eu quis dizer. Sei que a gente não vai ficar junto pra sempre.
Gabriela, sem se levantar do chão, sentou na frente do namorado e apoiou as mãos nos joelhos dele.
— Por que você ta falando assim?
— Meu irmão terminou com a namorada dele ontem. Aí me toquei de que um dia isso também vai acontecer com a gente.
— Quem garante? — Lauro abaixou a cabeça e Gabriela continuou — Amor, a não ser que você não goste mais de mim, não tem porquê ficarmos discutindo isso. Vai acontecer o que tiver que acontecer. Vamos aproveitar o tempo que temos juntos, nosso presente, que do futuro ninguém sabe. E não importa o que acontecer lá na frente, — ela levantou o rosto do rapaz com o indicador — essa Gabi aqui com você vai ser sempre sua.
Lauro sorriu de novo e beijou a namorada. Além de linda, ela era dele.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Eu


Eu sempre fui o patinho feio das turmas em que estudei. Eu era mais alta, gorducha, tímida demais, um pouco tapada, diga-se de passagem, e para finalizar o pacote, as espinhas tomaram todo o meu rosto na quinta, sexta série.
A consequência disso era meio óbvia: eu tinha pouquíssimos amigos, só saía com meus pais, tinha vergonha da minha aparência e minhas roupas eram largas, mesmo que minha mãe insistisse em dizer que roupas um pouco mais justas seriam mais femininas.
Na minha cabeça minha vida seria daquele jeito até o fim dos meus dias; não porque ninguém gostasse de mim, mas porque era o que me parecia natural. Afinal, eu tinha exatamente o mesmo perfil daquelas pessoas que, em filmes americanos, são chamados de losers ou loners. Sim, eu era uma genuína perdedora.
Felizmente eu cresci, não só em tamanho como mentalmente. A necessidade de mostrar quem eu era de verdade passou a ser maior do que qualquer timidez ou medo de rejeição. Não passei por nenhuma mudança radical, nem criei uma meta, as coisas aconteceram naturalmente.
Aprendi a conviver com o fato de que nunca serei uma garota esguia, e que posso ter algumas gordurinhas e ser perfeitamente feliz. Minha altura já não me incomoda tanto, mas ainda não me sinto segura o suficiente para subir em um salto com sete centímetros ou mais; ter que abaixar para conversar com algumas pessoas é extremamente desconfortável. Espinhas? Está nos meus genes, não há muito o que eu possa fazer a respeito além de manter a pele limpa. Hoje eu uso roupas justas – com bom senso, é claro – sem medo do que os outros vão pensar, mas não dispenso um bom e larguíssimo moletom, uso toucas de panda, mechas vermelho-fantasia no cabelo, tênis destruídos com um vestido mais romântico. Uso o que me der na telha. E meus amigos, hoje em um número um pouco maior, continuam gostando de mim, porque gostam das minhas ideias, minhas atitudes.
Essa sou eu. E me sinto bem ao dizer àqueles que não me aprovam que me olhem menos e se calem mais.

domingo, 16 de setembro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 28


            — O quê? Viver na minha sombra? Como assim, Calina?
            — Para de se fazer de desentendida! Antes eu não percebia, mas abriram… abri meus olhos. O que realmente acontece é que do seu lado eu não sou nada; minhas qualidades, se é que ainda tenho alguma depois de tanto tempo perto de você, viram pó. — os olhos da garota começaram a marejar — Você é mais inteligente, mais bonita, chama mais atenção não só dos meninos, de todo mundo. Você tem amigos de verdade, melhores do que eu, por isso não precisa de mim por perto, mas minha presença faz você parecer tão melhor que você acaba me aguentando. Você é a queridinha dos professores. A queridinha de todo mundo naquela sala pra falar a verdade. E, é claro, tem muito mais sorte. E não percebe.
            A essa altura, as duas estavam chorando. Calina se encostou na parede e foi escorregando até o chão, onde se sentou e esticou as pernas e braços, ficando como uma boneca de pano jogada em um canto. Maria cobria a boca e o nariz com as mãos, com um imenso aperto no coração, sem saber o que fazer. Evitando olhar para ela, Calina continuou falando, com a voz arrastada.
            — Dois dos caras mais perfeitos que eu já conheci gostam de você, que mesmo sendo tão inteligente, é incapaz de perceber. — ela enfatizava algumas palavras batendo com a mão espalmada no chão — Que ironia, né? Ainda mais por eles serem o Sasha e o Rafael, que vivem do seu lado.
            — Chega! Chega! Não agüento mais ouvir tanta loucura! Você é minha amiga, mas não sou obrigada a escutar isso o que você ta falando! — ela apontava o indicador, firme, para Calina — Até porque é tudo mentira. Desde quando você vive na minha sombra, desde quando eu sou melhor que você?
            — Desde sempre…

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Para Você


E quando acho que encontrei alguém para chamar de “meu”, percebo que é a última pessoa que eu poderia ter.
Quando penso que me olha de forma diferente, alguma coisa me mostra que me vê apenas como parte do círculo de amizades.
Se me alegro por se interessar pelas coisas que digo, vejo que isso é apenas parte de sua índole.
Sempre que as conversas parecem fluir maravilhosamente, em algum momento tomam um rumo que me desagrada.
Tem tanta informação sobre você dentro da minha cabeça que às vezes parece que te conheço melhor que você mesmo.
Eu bem que queria poder dizer que a sua felicidade faz a minha, mas não dá. O cérebro tenta, mas o coração impede e a garganta fica sem saber o que fazer.
Minha vontade era de te detestar por seus defeitos – que, aliás, são muitos -, mas aí vem a razão metendo o bedelho onde não foi chamada. “Ele é tão humano quanto você. É óbvio que tem defeitos!”
Eu ignoraria todas as bandas que você vive ouvindo. Se não fossem minhas favoritas.
Eu queimaria todos os livros que tenho e sei que você lê, se não fizessem parte da minha inestimável coleção.
Eu deixaria o celular tocar indefinidamente quando você liga, se minhas mãos não fossem muito mais rápidas do que meu bom senso.
Eu não escreveria nenhuma dessas frases ridículas, se pudesse dizê-las diretamente a você. 

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Altruísta Ou Não...


Não sei se é ruindade da minha parte, egoísmo ou coisa do gênero, mas meu amor não é tão altruísta quanto o amor dos outros.
Eu dificilmente – para não dizer ‘nunca’ – falaria a famosa frase “o que me importa é a felicidade dele. Mesmo que essa felicidade não seja ao meu lado”.
Pode até ser falta de maturidade, e quando o assunto sou eu, esta hipótese nunca pode ser descartada, mas quando gosto de alguém, é porque quero que essa pessoa seja minha, e a menor proximidade com possíveis adversárias (leia-se: garotas lindas e simpáticas) me tira do sério. Meus sentimentos podem não ser de conhecimento geral, mas ainda assim tenho a ilusão de que eles deveriam ser levados em conta antes de qualquer aproximação do tipo já mencionado.
Aliás, acho que todas as garotas (falo só pelo sexo feminino… meus amigos homens são muito, ãh, reservados nesse ponto) já sentiram aquele desconforto começando lá na barriga, e que vai subindo aos poucos. Passa pelo estômago, sobe com aquele aperto, e finalmente chega no peito, no meio dele, transformado em uma terrível e amarga… raiva. Tudo isso por causa de uma inocente conversa daquele cara maravilhoso com uma amiga mais próxima.
Seria lindo dizer que gosto tanto de uma pessoa a ponto de colocar a felicidade dela à frente da minha. Lindo, mas uma enorme mentira.
Sinceramente acho que, no fundo, nenhum amor é desapegado. Se pensamos na pessoa, choramos por ela, se faríamos de tudo para tê-la por perto, é porque gostaríamos que ela fossa nossa. Não de outra pessoa qualquer. Amor desapegado não é amor; é um simples carinho pela pessoa, uma amizade, uma boa, ótima amizade.
Mas no meu caso, nem as amizades escapam do meu ciúme. Só que isso já é assunto para outro texto.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 27


            Naquela tarde, ainda na escola, o celular de Calina tocou. Ela não pode evitar ficar um pouco surpresa com o nome que aparecia na tela: Maria Ishii.
            — Alô?
            — Nossa, que frieza com a sua melhor amiga! — “eu que o diga!” Calina pensou — Ca, eu PRECISO que você venha pra minha casa AGORA! Eu tenho uma coisa muito, muito boa pra te mostrar!
            — Que coisa?!
            — Lembra daquele livro que a gente não achava em lugar nenhum pra comprar?
            — Não me diga que…
            — Aham!
            — Já to indo!
            Enquanto colocava os cadernos na mochila com pressa, Calina pensava se realmente deveria ir até a casa de Maria. Ela queria muito ver o livro que tanto procuraram, mas seria estranho chegar lá e fingir que nada tinha acontecido, sabendo que não tinha poupado a amiga de várias críticas nas últimas conversas que teve com Alice. De qualquer forma, colocou a mochila nas costas e disparou para fora da escola. Parada no portão, tocou a campainha e segundos depois Maria apareceu saltitante.
            — Pode ir entrando, ta lá em cima da minha cama!
            Como já era “da casa”, Calina jogou a mochila no sofá e foi correndo até o quarto da amiga. E, em cima da cama, estava a preciosidade, ainda com o cheiro de tinta fresca, a capa brilhante, as letras douradas em alto relevo reluzindo sob a luz do sol que entrava pela janela. Um sonho não seria tão bom.
            — Onde você achou?!
            — No shopping, tinham acabado de receber. Dei sorte. E o melhor de tudo…
            Maria levantou a capa, com tanto cuidado que parecia estar abrindo um livro de duzentos anos. Logo na primeira página, bem grande em tinta de esferográfica preta estava o autógrafo da autora, que, aliás, era inglesa. Embaixo de seu nome, uma pequena dedicatória, bem genérica: “for a very special, Brazilian, fan…”.
            Um arrepio subiu pela espinha de Calina.
            — Não é de verdade, né? Isso aí veio impresso da gráfica, ela não encostou nesse livro…
            — Sim, é de verdade; não, não veio impresso da gráfica; sim, ela mesma autografou! Quando soube o sucesso do livro aqui, ela fez questão de autografar 100 exemplares. Não é tão exclusivo, mas um deles ta aqui, comigo!
            As duas gritavam, histéricas. Por sorte, não tinha mais ninguém na casa.
            — Mas deve ter sido uma fortuna!
            — Ah, nem foi tão caro. Mesmo com o autógrafo, saiu pelo mesmo preço de um normal. E os elogios dos professores na última reunião deram uma ajudinha também.
            Calina, que estava de joelhos ao lado da cama, se levantou como se tivesse levado um susto, deixando Maria de olhos arregalados. Aquela frase era a única coisa que faltava para Calina lembrar de tudo o que Alice tinha falado nos últimos tempos.
            — Você ta bem, Ca? O que aconteceu?
            — Quer saber o que aconteceu Maria? Cansei. Cansei de viver na sua sombra.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Como Eu Vejo O Amor


Amor não se explica, se sente.
Amor, amor mesmo, dá falta de ar, frio na barriga, tremedeira, faz você rir, chorar rios de lágrimas e te dá uma alegria que mais ninguém, mais nada, pode te dar.
Amor faz você perder o fôlego e o juízo.
Amor, aquele a gente fala que é de verdade, te cega para as loucuras que você faz por ele. Pular de paraquedas é fichinha perto de muitas delas.
Amor não esfria nem acaba.
Amor, do tipo que faz um arrepio subir pela espinha, não importa se por medo ou alegria, te acompanha até o fim da sua vida, na alegria e na tristeza, que é quando você tira dele inspiração.
Amor não começa. É percebido.
Amor, o que te dá ódio de vez em quando, já nasce com você, é o destino, você acreditando nele ou não. Um dia você vai encontrar esse amor e vai saber logo de cara que nasceu para encontrar com ele.
Amor é ciumento, é protetor.
Amor, do que te dá um aperto na boca do estômago, faz você não suportar ver o amado perto de quem te irrita, faz você sofrer pelas derrotas dele, até mais do que ele próprio.
Amor não faz distinção.
Amor, aquele que dizem que “é outra coisa”, não quer saber se você ama homem, mulher, um baixinho ou uma gorducha. Você pode amar um livro, filme, música, personagem, seu ídolo, qualquer coisa. Mas é amor.
Amor é tudo o que dizem que é.
Amor te faz arder em chamas, te deixa feliz, saltitante, faz você perder a articulação das palavras, te deixa imóvel. Isso não é combustão instantânea, Prozac, Pogobol, AVC, trânsito de São Paulo. É só amor.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 26


            — Longe…? Termina a frase.
            — Longe das amigas, é claro! Agora chega de papo, vamos entrar no ônibus logo. Não quero me atrasar.
            Aquele fim de semana passou, vieram outros, e ao longo de três semanas Alice se ocupou de envenenar Calina contra Maria, que continuava se aproximando cada vez mais de Rafael. E Sasha não gostava nada disso. Não gostava de perceber que Maria não conversava mais com ele nem com Calina como antes, que a única pessoa para quem ligava era Rafael. E odiava ver Alice conversando com Calina porque tinha certeza de que a Princesinha do Gelo não tinha de bom para falar, de nada nem de ninguém. Mas da última vez em que tentou conversar com Calina sobre isso foi chamado de enxerido. Então não disse mais nada.
            — Eu vi o Sasha te olhando hoje, com aquele jeito de desconfiado de novo. O que será que ele acha que você ta fazendo comigo? Lavagem cerebral? Parece que ele não percebe que eu sou grandinha o suficiente pra me cuidar.
            — Calina, entende o seguinte: o Sasha acha que pode mandar em você e… na Maria. Bem, eu sei que a Maria realmente precisa que alguém diga a ela o que fazer sempre, mas você? Ah, olha eu falando mal da sua amiga de novo…
            — Esquece, já to acostumada com algumas características dela. Essa aí, por exemplo.
            Sentada em uma das mesas da cantina, Calina olhou para atrás, na direção de Maria, que estava na fila da cantina. Com Rafael. Sempre ele. Por dentro, ela riu. Se lembrou de quando o próprio Rafael disse essas mesmas palavras se referindo a Sasha. Ela mal podia acreditar que em tão pouco tempo, em meras três semanas, Maria tinha virado uma completa estranha.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Carta Perdida

Sei que faz muito, muito tempo que não posto, mas mesmo que quisesse, eu não conseguiria... tive pequenos "problemas técnicos"! Para compensar, essa aqui é um pouco maior do que de costume:



Domingo de manhã, céu azul, sol brilhando, nenhuma nuvem que anunciasse chuva. Dia perfeito para… fazer faxina. Danilo, de bermudão e camiseta surrada, decidiu criar coragem para abrir a porta do quartinho da bagunça, que acumulava cacarecos desde que ele se conhecia por gente. Era até difícil ter uma noção do que estaria ali dentro.
            A porta, que pela graça de Deus abria para fora do cômodo (caso contrário, seria impossível entrar), era pesada e vedava bem o quarto. Tanto que o cheiro de mofo que o ar úmido tinha lá dentro era imperceptível do lado de fora. Quantas vezes Danilo viu a mãe entrar no ‘cemitério das tralhas ’ para guardar brinquedos fora de uso, procurar livros que ela preservava há anos e sair com a blusa por cima do nariz, fazendo cara de nojo e reclamando da falta de luz e ventilação… a frase que vinha depois disso era sempre a mesma: ‘Eugênio, trate de dar um jeito nisso aqui!’. E apontava para a porta já fechada. Dona Lucinda foi embora deste mundo sem ter tido o gosto de ver o quartinho arrumado. Seu Eugênio, também falecido, sempre se negava a empreender uma aventura para fazer a vontade da esposa.
            A tarefa de acabar com a bagunça ficou para Danilo, que, sendo filho único, herdou a casa onde passou grande parte da vida. Cada cantinho tinha uma boa memória atrelada a ele. Mas todas relacionadas com Dona Lucinda. Danilo nunca se deu bem com o pai, um homem frio, que não conversava com o filho, não o elogiava, nervoso por natureza e que destratava filho e mulher, mas era todo sorrisos com amigos e vizinhos. A raiva de Danilo crescia junto com os vexames que Seu Eugênio fazia a família passar.
            Para esquecer aquilo, Danilo chacoalhou a cabeça, botou um sorriso no rosto e pensou nas feições bondosas da mãe. ‘Pode ficar tranquila, mamãe. Eu dou um jeito nisso aqui. ’
            O ar pesado e frio saiu assobiando pela porta enquanto Danilo tateava a parede em busca do interruptor. Ouviu-se um clique e uma luz amarelada, fraquinha, surgiu no meio do teto. A desordem era assustadora: duas cômodas, um armário, uma poltrona com o estofamento saindo por inúmeros buracos, abajures, caixas, caixas, caixas. Algumas roupas velhas nas gavetas das cômodas e livros que pareciam não acabar mais nas estantes do armário. Tudo era tão nostálgico que Danilo não resistia a examinar minuciosamente tudo o que pegava. Lia cada revista em quadrinho, folheava todos os cadernos da época de escola e aproveitava para xeretar em alguns cadernos que os pais usaram na faculdade, mas que ele nunca conseguiu consultar. Um dos primeiros cadernos que tirou da estante foi o do pai. Olhou por uns poucos instantes, indisposto a abri-lo, mas a curiosidade foi maior do que o rancor. Começou a percorrer suas páginas, começando pela parte de trás, e algo chamou sua atenção: uma folha completamente preenchida por uma letra espaçosa, sem muita personalidade. Danilo reconheceu a caligrafia de Seu Eugênio e começou a ler.
           
            “ 8 de setembro, 1974
            Meu filho,
            Ainda não te conheço e não sei se ao invés de filho, deveria ter escrito ‘filha’. Ainda não te peguei no colo, olhei bem no fundo de seus olhinhos e te achei a criaturinha mais linda do mundo. Ainda não acordei no meio da madrugada para te atender, trocar sua fralda, te dar mamadeira ou simplesmente te apoiar em meu ombro para você saber que tudo está bem, que seu pai está com você. Ainda não te conheço pelo nome. Talvez você se chame André, talvez Maria, Rodrigo, Regina, Cíntia, Danilo… isso, um nome muito bonito esse. Danilo.
            Por enquanto sou apenas um rapaz terminando a faculdade, namorando uma moça linda que espero que um dia você chame de mamãe. A Lucinda é muito boa moça, parece que será uma ótima mãe.
            Estou escrevendo esta carta apenas na esperança de um dia poder lê-la para você e rirmos juntos das minhas bobagens, minha ingenuidade ou quem sabe de felizes coincidências. Peço perdão antecipadamente por possíveis erros de português!
            Eu me pergunto se sairemos juntos para andar de bicicleta, empinar pipas, se iremos a parques num domingo ensolarado com céu azul, um domingo igual àqueles que as pessoas aproveitam para fazer faxina! Será que lerei historinhas para você dormir? Acho que não… essa tarefa ficará para sua mãe, não leio muito bem. Mas posso brincar de herói com você, te levantar para fazer você voar ou me passar por um monstro gigante. Não sei explicar por que, mas tenho quase certeza de que você será um menino.
            Enfim, me pergunto se farei com você tudo aquilo que meu pai não fez comigo. Velho ranzinza, ele. Espero não ser como ele foi, ninguém merece um trauma tão grande. Ele não era muito chegado em conversas, sabe? Sempre que eu sentava do lado dele no sofá, ele levantava e ia para outro cômodo. Eu quero conversar com você, ouvir como foi seu dia, te dar conselhos de gente mais velha. Quero que você saiba o que é esse pequeno prazer da vida. Mas não reclamo muito, tudo tem lado bom: quando ele morreu, dois anos atrás, foi mais fácil me conformar com a perda, coisa que não vai acontecer quando minha mãe for fazer companhia para ele.
            Como não posso prever o futuro, peço perdão novamente, mas desta vez de joelhos. Talvez a maldita genética me deixe parecido com seu avô e tudo o que escrevi nesta carta não se concretize. Talvez isso me mate por dentro e todo o carinho que já sinto por você fique enterrado em um cantinho muito escondido de mim. Talvez nem eu mesmo perceba no que me transformei.
Ou, a pior de todas as hipóteses, talvez você chegue a sentir por mim a mesma raiva que eu sentia pelo meu pai.
            Mas espero, do fundo do coração, que isso nunca aconteça. Quero que nossa família seja feliz.
            Me despeço por ora. Até daqui alguns anos.
                                                                                                          Papai”




sexta-feira, 13 de julho de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 25



      Sexta-feira 13, né? Que tal um gatinho preto, hein? hehehe

Mais incrível ainda era a capacidade de se fingir inalterada.
            — Calina, minha linda, pensa comigo: você já foi elogiada com ela por perto?
            Ela foi pega de surpresa. Realmente, sempre que estava com a amiga, quem recebia os elogios não era ela própria, sempre Maria. Isso não a incomodava de forma alguma, afinal também admirava muito a garota, mas quando Alice falou sobre isso uma pontinha de raiva apareceu. Doía dizer a verdade, e ela respondeu.
            — Não.
            — Viu qual é o meu ponto? Amigos de verdade não recebem elogios ofuscando os outros. Eles são elogiados e ressaltam que não são tão bons quanto você, que é por sua causa que tal qualidade existe. E eu nunca vi a Maria fazer isso por você. Minha intenção não é acabar com a amizade de vocês, muito pelo contrário. Admito que não gosto muito da Maria, mas com você é diferente, eu não sei explicar muito bem.
            Depois de responder, Calina não tinha prestado muita atenção ao que Alice falava. Ela ouviu só as últimas palavras, porque Miguel tinha chegado e colocado a mão no seu ombro.
            — Oi Calina. Você já vai embora, Alice?
            — Acho que sim. Que horas são?
            — Três e meia.
            — Nossa! Meu curso é as quatro! Você vai comigo até lá? Não quero pegar ônibus sozinha.
            — Vou, preciso ir até o centro também. Tchau Calina.
            Ele deu um beijo no rosto dela, Alice fez o mesmo e os dois saíram conversando.
            — O que você tava falando pra ela, hein? Aposto que não era nada bom.
            — Nossa, então essa é a imagem que você tem de mim? Eu só falei a verdade, falei que a Maria não é a pessoa que ela pensa ser e que talvez também não seja o tipo ideal de amiga pra Calina.
            — Ah, e você fez isso porque adora a garota? Porque ela é sua amiguinha de infância?
            — Você sabe muito bem que não agüento aquele jeitinho sonso dela, mas eu faço qualquer coisa pra ver a Maria pra baixo e longe…
            No último segundo ela mudou de ideia, achou melhor não falar no Sasha. Quanto menos pessoas soubessem que ele era o motivo da maior parte da raiva que tinha por Maria, melhor.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 24


Finalmente, depois de um mês inteiro, vou voltar a postar esta história! Peço desculpas pra quem acompanhava, espero que isso não se repita rs

            — Aiiii, olha por onde anda, garota! Você me fez derrubar toda a água do copo!
            O grito estridente de Alice fez os pensamentos de Calina mudarem de direção. O seu maior problema passou a ser a blusa molhada da ‘Barbie’ na sua frente.
            — Me desculpa Alice. Meu pensamento tava longe. — ela secou os olhos com as mãos.
            — Você ta chorando, gata? Humpf, no mínimo tem a ver com a Maria. Acertei?
            ‘E agora? Respondo que sim ou finjo que não é nada?’
            — Ahn, é coisa de amiga, sabe?
            — Amiga? Sinto em lhe dizer, mas a Maria não é uma das melhores pessoas para se ter como amiga.
            ‘Olha quem fala’ Calina pensou. ‘De qualquer forma, vamos ver o que ela tem pra dizer.’
            — Por quê? Ela é uma ótima amiga pra mim.
            — É, eu tinha me esquecido desse detalhe. Bem, já que eu comecei a falar, eu termino: a Maria é uma daquelas garotas que chamam muito a atenção e acabam ‘tirando o brilho’ de quem está em volta, se é que você me entende.
            — Alice, a Maria nunca faria isso com ninguém.
            — Parece que além de tirar o brilho, tira a esperteza também. Deve ser por isso que ela só tira notas altas.
            Era incrível como Alice tinha veneno para dar e vender, principalmente quando o assunto era a Maria.
            — Escuta aqui, a Maria é minha amiga, ta? Pode até ser que você não goste dela, mas eu não vou ficar ouvindo tudo de ruim que você pensa da minha MELHOR amiga!
            Mais incrível ainda era a capacidade de se fingir inalterada.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Meus Amigos... Vaivéns da Vida

Fui fuçar naquelas pastas esquecidas do meu computador, umas com trabalhos de escola da quinta série, outras com músicas que eu nem lembrava mais que existiam e algumas com fotos de gente que simplesmente… sumiu. Inevitavelmente, parei para pensar na vida (que frase de gente velha, meu Deus!).
Fotos de excursões, apresentações de trabalhos, reuniões em casas de colegas, fazendo careta, fazendo pose na frente do espelho do banheiro, tudo o que você imaginar. E isso com gente que eu achava que nunca ia sair da minha vida, ou porque eu gostava demais da companhia, ou porque me dizia que eu era uma amiga pra vida toda, ou pelas duas coisas.
Mas pelo jeito isso não era verdade. Perdi o contato com praticamente todas as minhas amigas mais antigas no momento em que, uma a uma, elas saíam da escola. As conversas intermináveis sobre qualquer assunto disponível se transformaram em curtos ‘oi’, ‘tudo bem?’ e ‘tchau’ nas raras vezes em que nos esbarramos por aí. Se alguém resolve reunir a turma, nem que seja para andar um pouquinho no shopping, vemos como nossas vidas se separaram. Antes, a amizade era tão grande que combinávamos os dias – e às vezes até os horários – em que ‘poderíamos’ ou não fazer cursos e coisas do tipo, só para podermos nos juntar de vez em quando. Agora, sempre acabamos ouvindo de alguém ‘na quinta não posso; tenho curso de Inglês.’, ‘pra mim, pode ser na sexta. Mas tem que acabar às seis, porque às sete tenho natação.’, ‘segunda? É, quem sabe. Não garanto nada!’. É triste, sabia?
Para falar a verdade, só mantive duas amigas depois que elas mudaram de escola. E eram as duas últimas que me restaram das mais próximas. Ou seja, ano novo, escola velha, mas com ‘novas’ amizades.
Percebi que tinha muita gente na minha turma que estudava comigo há anos, que eu conhecia como a palma da mão e que me conheciam quase tão bem quanto eu mesma, mas que nunca nos aproximamos porque… por que, mesmo? Nem eu sabia.
O meu ponto é: quantas vezes ignoramos ótimos amigos por receio, ou até preguiça, de sair daquele círculo de amizades que já temos? E quantas vezes julgamos as pessoas por suas companhias? Ou melhor, apenas por suas companhias?
Digo isso porque hoje um dos meus melhores amigos é um garoto que eu simplesmente não suportava quando era mais nova. Ele nunca tinha feito nada de ruim pra mim; aliás, nunca tínhamos nem conversado. Eu não o suportava só porque ele andava com pessoas que eu realmente odiava (mas por motivos concretos). Acabei descobrindo nele um amigo para todas as horas. E o mais engraçado é que quando comentei isso com uma amiga mais antiga, ela se indignou: ‘o quê?! Ele?! Seu amigo?!’. Juro que tive vontade de soltar algo como ‘ele pelo menos conversa comigo e sei que posso contar com ele. ’, mas fiquei quieta. Não valia a pena perder uma amiga.
É nessas horas que entendemos o bendito ‘há males que vêm para bem’ que tanta gente insiste em dizer. Sempre achei esse ditado meio absurdo, mas vi que faz sentido. Posso ter me afastado de duas pessoas muito especiais, mas encontrei outras duas que iluminam meu dia, outras três que me fazer chorar de rir, outra com quem brigo, mas não sei viver sem. Parei de conversar com três, quatro, para ter conversas incríveis com alguém que adoro. Enfim, não há outro ‘prejuízo’ que tenha gerado tanto lucro.

domingo, 10 de junho de 2012

Participação de Amigos - Johnny Eguti

Dessa vez, o autor que me 'emprestou' um de seus textos já tem um blog próprio, o "Poemas e mais Poemas", que, diga-se de passagem, está cheio de textos lindos. Este poema já foi publicado no PEMP, mas eu o encontrei em um caderno aqui em casa e me senti obrigada a publicá-lo aqui também. Quem quiser ver o original, é só clicar aqui.

Por que existo?
Nesse mundo distinto
Onde os sentimentos que eu sinto
E as coisas que escuto

Os amigos que eu faço
Onde a amizade é um pedaço
Da minha vida que eu traço
E tiro a maldade e amasso

Quando estamos unidos
O tempo juntos é alegria
Mas quando estamos separados
Queremos de volta a brincadeira

Amigas e Amigos
Tapas e Abraços
Piadas e Segredos
Isso só acontece se ficarmos unidos.

Fim de Feriado? Por Quê?!


Estou triste. Alguém pode me explicar porque feriado tem que acabar? Depois de maravilhosos quatro dias em casa, a alegria acaba e lá vamos nós enfrentar a rotina de novo; acordar cedo, sair com vento gelado na cara, às vezes debaixo de chuva.
Dessa vez acho que muita gente ficou em casa, não viajou, porque o tempo não estava muito propício para isso; mas e quando o sol está brilhando, aquela brisa quentinha está soprando e a ociosidade está se instalando no seu corpo? Quando você dá graças porque quarta-feira está acabando, quinta-feira é feriado e você vai viajar… uma delícia.
Mas não sei o que é mais difícil: (fingir)não lamentar o fim de um feriado ensolarado ou deixar para trás os dias que você passou deitado, quentinho e enrolado em um cobertor porque estava fazendo um friozinho gostoso. Dá vontade de chorar só de pensar nisso!
Para falar a verdade, a melhor parte do feriado não é ‘o feriado’ em si, mas a espera por ele. Já reparou como todos ficam felizes nos dois dias que antecedem a folga, principalmente quando há alguma ‘emenda’ envolvida? Planos pipocam por todos os lados: cinema, churrasco na casa do amigo, almoço na casa da avó, maratona de algum seriado na casa de alguma amiga, acompanhada de brigadeiro de colher (é impressão minha ou sempre tem comida no meio?).
E dá até para fazer um mapeamento de nossas atitudes durante as ‘mini-férias’. No primeiro dia de descanso, você ainda está pensando ‘tenho o feriado todo pela frente…’; no segundo dia, a realidade começa a te atingir e a contagem regressiva começa também; o terceiro dia é quando o pânico tem início: ‘está acabando! Mas nem descansei direito! Nããããoo…’; e o quarto (e normalmente último) dia é o dia de perder as esperanças. Você acorda pensando em aproveitar ao máximo as últimas horas nas quais a preguiça lhe é permitida, e quando se dá conta, já são seis da tarde. O coração começa a se apertar e de vez em quando até uma pequena lágrima desponta do canto do olho.
Se você é como eu, o grande problema é quando o feriado acaba no domingo. A musiquinha que anuncia o fim do Fantástico desencadeia o desespero. Ela é sinônimo de fim do dia, fim de alegria, fim de ‘vou dormir até meio-dia’.
Agora, com licença, vou aproveitar as últimas dez horas do meu feriado!

domingo, 3 de junho de 2012

Dia dos Namorados... Argh!


Maldito dia dos namorados… faltam mais ou menos duas semanas para esse dia martirizante, e desde que o dia das mães passou praticamente TODOS os meios de comunicação só falam nele. No rádio, sorteios de kits, jantares românticos; na TV, um comercial atrás do outro, todos com casais apaixonados, se beijando, se abraçando, se amando. E as revistas? Ah, as revistas. Estou plenamente convencida de que os editores odeiam gente solteira. Parece que nessa época do ano as revistas têm uma foto de casal a cada duas páginas!
E para aqueles não muito amigos de informações, temos as lojas. É simplesmente incrível como não há uma única vitrine sem algo que faça menção ao amor: cupidos, corações, flores, qualquer coisa que deixe a paisagem ainda mais poluída visualmente. Chega ser nauseante.
Juro que não me importo de ser solteira, pelo contrário, mas o dia dos namorados parece ter o poder de fazer todos na mesma condição que eu se sentirem “o cocô do cavalo do bandido”, como diz meu pai. Mesmo quem costuma ser feliz, livre, leve e solto sem um namorado, noiva, “ficante” e coisas do gênero fica se perguntando: “por que todos namoram, menos eu? O que tem de errado comigo? Não sou uma pessoa namorável? Estarei destinado a ser mais um forever alone?”
A TV deveria ter três programações diferentes para as três semanas anteriores ao dia dos namorados, que é quando as coisas ficam insuportavelmente melosas. Olha que prático: ao ligar a televisão, apareceria uma mensagem na tela,
“Programação especial, aperte
1. se você tem um(a) namorado(a) e se importa com o dia dos namorados
2. se você tem um(a) namorado(a) e não se importa com o dia dos namorados
3. se você não tem um(a) namorado(a) e está deitado no sofá, se entupindo de besteira e se perguntando por que ele(a) não se importa com você”
A diferença seria a quantidade de casais felizes aparecendo. Em 1, você os veria o tempo todo (como acontece normalmente); em 2, por um período razoável, e em 3 eles não existiriam! Muito simples.
Mas eu também proponho uma mudança de nome para o dia 12 de Junho. Ao invés do batido Dia dos Namorados, teríamos o Dia das Relações Afetivas. Não tem um namorado? Ótimo, comemore com o melhor amigo, ou amiga. Não tem melhor amigo? Alguém da família também serve. Pai, mão, irmãos, primas, avó, quem você quiser. Não tem família? Que tal um cão, um gato? Não? Bem, sinto muito.
Viu só? Tem solução para tudo no dia dos namorados. Só não tenho solução para o cara que não der presente para a namorada. Aí, boa sorte. 

domingo, 20 de maio de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 23


            — O que eu faço, hein Fumio? Faz muito tempo que eu não tenho uma amiga como a Maria e agora ela ta se afastando de mim… por causa do Rafael.
            — Não faz nada.
            — É, eu sei… espera, o que você falou?
            — Que não é pra você fazer nada.
            Calina olhava para Fumio através dos olhos semi-cerrados.
            — Você ta brincando comigo, não é? Como não vou fazer nada?
            — Não fazendo, ué. Acredita em mim, você não vai se livrar da Maria tão fácil assim. Do mesmo jeito que o Sasha não se livra de mim, mesmo sendo amigo dela.
            — Explica melhor porque eu não to captando a mensagem.
            Fumio riu e mordeu o lábio antes de continuar.
            — Eu nunca tive muitos amigos, sabe? E o Sasha foi o primeiro amigo de verdade que eu tive, então quando ele ficou mais próximo da Maria, eu não me senti muito ‘confortável’, achei que ia voltar a ser ‘solitário’. — os dois começaram a rir — mas depois eu percebi que era uma oportunidade de ter mais uma amiga. E não uma nova inimiga. Mas, escuta, você e a Maria se conhecem há bastante tempo?
            — É, há uns dois anos mais ou menos. Você é homem, não vai entender amizade de mulher. Pra gente, algumas amigas são mais do que irmãs; são nossa outra metade.
            — Ah, então não vou discutir já que você diz. Mas pensa no que eu disse ta?
            Por mais que quisesse se convencer daquilo, Calina não conseguia. E se Rafael conseguisse namorar com a Maria, tudo iria ficar ainda pior. Só de pensar na possibilidade de perder a amiga, a primeira depois de tantos anos, a primeira que realmente ouviu seus problemas e apareceu com soluções, alguém por quem faria tudo porque sabia que valeria a pena… pensar nisso enchia seus olhos de lágrimas e apertava seu coração.

domingo, 13 de maio de 2012

Conselho de Mãe


Lista de coisas para fazer:
1° - Seguir os conselhos da minha mãe
Eu realmente preciso aprender a fazer isso. Passei anos (leia-se: a minha vida toda) achando que seus conselhos eram bons, mas que fazer as coisas ao meu modo seria melhor, que eu sabia mais. Quanta ingenuidade. Ou falta de inteligência mesmo.
Alguns chamam isso de ‘mal adolescente’: mania de se achar melhor e autossuficiente. E, claro, dono do próprio nariz.
Feliz ou infelizmente não somos (aqui incluo todos aqueles com menos de dezoito anos que se identificaram com qualquer descrição acima) nada disso. Imagine a vida sem os ‘nãos’ e os conselhos maternais. Sim, maternais, porque os pais que me desculpem, mas não há sábio chinês que possa nos ensinar mais do que nossas mães. E todos hão de concordar que apesar de termos reclamado de seu zelo excessivo, em algum momento somos obrigados pelo nosso bom senso a concordar aquelas palavras que chegaram a nos irritar muito.
Leve um casaco, vai esfriar! Tem um guarda-chuva na bolsa? O céu está escurecendo. Se eu fosse você, não sairia com essa meia furada. Não prefere colocar isso em uma sacola plástica? Pode cair e sujar. Esse guaraná gelado vai te dar dor de garganta. Essa caneta no bolso vai estourar…
Se você está sorrindo agora, mesmo que só por dentro, é porque já ouviu pelo menos uma frase dessas. E se deu mal.
É óbvio que não discordamos sempre e nem sempre que discordamos nos ‘estrepamos’; não somos (apesar de parecermos) tão bobos. Posso estar me contradizendo, levando em conta o que disse no início do texto, mas há uma diferença entre os dois pontos. Somos ridículos quando não aceitamos opiniões mesmo sabendo, lá no fundo, que estamos errados. Mas recusar ajuda não é tão inconseqüente quando arriscar pode realmente ser bom.
Mas, enfim, por via das dúvidas, o melhor é aceitar conselho de mãe. 

sábado, 5 de maio de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 22


            Os três ficaram em silêncio olhando para as próprias mãos até Maria se levantar. Rafael, que ainda segurava sua mão, perguntou aonde ela ia, mas Maria apenas olhou para ele e puxou a mão. Assim, desceu as escadas.
            — É o Sasha. Sempre ele.
            — Rafa, eles são amigos há séculos. Não adianta você ficar bravo.
            — Amigos… sei. Isso já passou de amizade faz tempo, e eu é que não vou ficar esperando pra ver onde vai acabar.
            Ele se levantou e também desceu as escadas, atrás de Maria, que estava sentada em um banco ao lado da quadra.
            — Ei, o que aconteceu? Você saiu correndo depois que a Calina falou do…
            — Não, não tem nada a ver com ele. O que me irrita é a Alice. E como eu sabia que depois de a Calina ter começado o assunto vocês iriam falar dela, resolvi sair antes.
            “Ótimo”, Rafael pensou “nem vou precisar fazer muita coisa pra afastar os dois. A Alice faz isso sozinha.”
            — Ninguém vai falar dela se você não quiser. Vem. Vamos lá pra cima.
            O resto daquele dia foi muito cansativo para todos. O professor de Matemática passou uma lista enorme de exercícios e na aula de Português a professora decidiu pedir uma redação faltando vinte minutos para o sinal bater. Isso sem contar a aula de Educação Física.
            Depois de um dia assim, finalmente sexta-feira. Mas todos estavam desanimados pensando nas provas da semana seguinte, e cada um reagia de uma maneira. Enquanto Sasha mal se alterava, Maria ficava insuportável, se irritava com qualquer pergunta ou palavra dirigida a ela. E ainda assim, Rafael não saia de perto dela. E quanto mais tempo Maria passava com ele, mais Calina ficava de fora dos planos da amiga. 

sábado, 28 de abril de 2012

Participação de Amigos - Leandro Casio

Este texto foi escrito pelo meu amigo, Leandro Casio, em um de seus momentos de inspiração. Gostei muito e achei que merecia um espacinho aqui no blog! Espero que ele libere a criatividade assim mais vezes!



No silencioso frio da madrugada apenas se ouvia o som do vento soprando sobre as árvores e na escuridão eu escrevia este texto. Logo minhas lembranças começaram a passar em minha mente, então parei para pensar. Talvez eu estivesse tendo uma conversa comigo mesmo… o que concluí? Talvez essa seja a questão que irá diferenciar os meus sonhos da realidade, e prefiro viver feliz na ilusão ao invés de ver, sentir e viver em um mundo que apenas me traz tristeza.
Sonhei diversas vezes que você compartilhou o amor que eu tenho por você, mas quando eu acordava percebia que tudo não se passava de uma ilusão, e que a realidade era onipresente. No entanto, algo me dava esperanças; não era o sonho, e talvez não fosse a verdade, mas era o que me satisfazia: ver você quase todos os dias, poder ver o sorriso em seu rosto, sentir o cheiro do seu perfume e ouvir você me chamando de “amigo”. Acredito que a paixão sempre vem de uma bela amizade, e não irei te obrigar a crer em minhas palavras, mas a verdade é que discutir sobre o amor que eu sinto por você é impossível e sem sentido.
Talvez você não sinta o mesmo por mim, talvez eu nunca tenha o seu amor, talvez os meus sonhos nunca tornem realidade, mas estes ‘talvez’ são apenas hipóteses. Tenho confiança em mim mesmo e acredito que irei te conquistar e te amar pro resto da minha vida sem ter medo de me arrepender.

            “Tento não pensar em muitas coisas para não esquecer as lembranças que tive com você”
            “Se pudéssemos voltar atrás, nunca aprenderíamos a seguir em frente.”

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 21

           — Essa turma aí do fundo é impossível, hein? Nem em dia de prova vocês sossegam? Silêncio por favor, vou entregar as provas. E quem terminar me devolva e saia da sala.
            Os quatro deram risadas abafadas e começaram a resolver as questões. O lápis de Maria não parava, assim como o de Sasha. Calina ia respondendo pouco a pouco, Rafael também, todos da sala. Menos Alice. Ela pegava a caneta, a apoiava no papel, mas logo desistia e a colocava de volta em cima da carteira. Sentada ao seu lado, Tatiana até tentava “ajudar” a amiga empurrando a prova para um lugar onde ela pudesse ver alguma coisa, mas não adiantou nada.
            Vinte minutos depois do início da prova, Rafael entregou a folha, seguido por Maria, e os dois saíram da sala e ficaram sentados no corredor, em frente a porta.
            — Muito difícil, Sra. Nerd?
            — Não… e pelo visto você também se deu bem, né? Terminou rapidinho. Ou foi só pra sair da sala?
            — Tudo bem, sou culpado pela última acusação.
            — Tsc, tsc. Que coisa feia… — Maria bateu de leve na perna de Rafael e pegou sua mão, entrelaçando seus dedos com os dele e apoiando a cabeça no seu ombro — essa prova me deu sono, sabe? Eu vou acabar dormindo se não deixarem a gente voltar para a sala logo.
            O coração de Rafael estava um pouco acelerado, e ele se sentia um completo idiota por isso. Mas pelo menos parecia que ele tinha uma chance com Maria. Enquanto Sasha ficasse longe dela. O problema é que ele sabia que isso era difícil de acontecer.
            Alguns minutos mais tarde, Calina apareceu pela porta, parecendo cansada.
            — Provas de Física acabam comigo, — ela se sentou ao lado de Rafael — mas acho que não tanto quanto essa vai acabar com a Alice. A prova dela ta em branco. A Tati já tentou passar cola, mas parece que ela não quer. Aliás, o que realmente parece é que olhos dela estão costurados ao Sasha. Ela ta hipnotizada.