sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Participação de Amigos - Silas Castro 2

Sim, DOIS. rs E vocês podem esperar por mais participações. Já tenho algumas encaminhadas ;)

O Lixo e as Rosas
Eu estava voltando para casa, mal aguentando manter os olhos abertos e o peso do meu corpo sobre minhas pernas. Virei a esquina em direção ao ponto de ônibus e sem querer esbarrei na caçamba de lixo.
Então ouvi um barulho de algo caindo, era um buquê. Abaixei-me para pegá-lo, só para manter a calçada limpa para em seguida continuar meu trajeto, mas... As rosas eram frescas, não pude deixar de notar. O celofane tinha sido cuidadosamente arrumado. Só faltava o cartão, que provavelmente ainda estava no lixo.
Lembrei-me do buquê que entreguei para minha namorada um mês antes. Imaginei-me no lugar da pessoa que tinha comprado aquele para alguém de quem gostava. A sensação não foi nada boa.
O que levaria uma pessoa a descartar algo tão bonito? Talvez um pedido de namoro recusado... A descoberta de uma traição... A cena começou a se passar diante dos meus olhos.
Um rapaz vinha com as flores na mão pela mesma rua na qual eu havia passado. Também parou ao lado da caçamba, olhou para frente e viu a fachada da casa onde iria entregar seu presente, porém antes de dar seu primeiro passo a porta se abriu saindo sua amada e para sua surpresa um homem junto com ela ambos de mãos dadas. Antes de partir a mulher segurou o braço do amante e puxou para darem um beijo, fazendo os ombros do rapaz das flores caírem em desânimo. A moça despachou o homem para o carro e voltou para dentro enquanto o automóvel arrancava. As rosas não passaram daquele ponto.
Não. Muito trágico. Prefiro acreditar que quem recebeu o buquê era alérgico a pólen. Ou que era um sinal de um término amigável. Possibilidades ínfimas, porém mais alegres.
Meu ônibus chegou. Devolvi as rosas para o triste lugar em que estavam e corri para o ponto. Afinal, eram só flores no lixo, nada importante.

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