sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Nós Crescemos


De vez em quando tenho o péssimo hábito de parar no meio da aula e ficar observando meus amigos e colegas. Ultimamente, isso tem sido realmente interessantes. O que vou dizer pode parecer manjado, mas para mim chega a ser divertido.
Antes de expor meu divertimento, preciso fazer uma introdução: me lembro perfeitamente da época da minha pré-escola até a quarta, quinta série, quando eu admirava os alunos mais velhos. Eles pareciam independentes, cheios de responsabilidades, inteligentes. Eu sempre os via com montes de cadernos, livros, vestindo roupas “descoladas”, sendo espontâneos, sorrindo, sendo jovens. Não somente eu, mas todos os meus colegas, mal podíamos esperar para crescer e ser como eles.
Hoje temos entre 16 e 17 anos, mas não mantive contato com nenhum amigo do pré, apenas converso com alguns que conheci quando mudei de escola.
Enfim, agora somos adolescentes, agora nós somos admirados por crianças, exatamente como fazíamos dez anos atrás.
Mas o que acho engraçado é olhar para aquelas pessoas que conheci quando só pensávamos que éramos gente e ver que a infância já passou há muito tempo, que sobraram míseros resquícios dela em alguns atos nossos, nada mais. As meninas que brincavam de Barbie já as jogaram em um canto qualquer, junto com os velhos diários, e hoje têm corpos e feições de mulheres feitas. A maquiagem toda borrada, surrupiada da nécessaire da mãe, agora é bem feita, quase item obrigatório nos rostos adolescentes. Os garotos deixaram de ter corpos mirrados para se transformarem em postes falantes. Também já são homens, não têm mais a antiga voz fina e não veem mais as garotas como alienígenas desprezíveis, muito pelo contrário. A cortina de ferro que separava “eles” para um lado e “elas” para outro desapareceu, deu lugar a amizades fortes em muitos casos.
E quando vejo essa mudança toda me pergunto se veremos mais mudanças uns nos outros, não só físicas. Sei que é quase impossível não me distanciar de algumas pessoas, mas eu gostaria de ver o rumo que as vidas de meus amigos mais próximos vão tomar. Pode ser o convencional pacote “namoro, casamento, filhos” ou algo mais alternativo, como “mudança para a Ucrânia”, “integrante de uma banda mundialmente famosa”, “desenhista dos estúdios Disney (ou DC, Marvel, qualquer um)”. Caminhos existem muitos, até mais do que os cabelos brancos que veremos em nós.

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