sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Tão Mais Fácil...

Sabia que poderia te encontrar a qualquer hora andando por ali. Normal. Aquele seu sorriso Trident, que sempre me matou de inveja. Branquinho, retinho e... meio psicopata. Bem como eu. Prova de que, apesar de não sermos chaveiros com ímã, tínhamos motivos para ser atraídos um pelo outro. Mas não deu. Fazer o quê?
Nada.
Já de longe eu te vi, rindo, risada escandalosa, piadas de gosto bem duvidoso. Seus amigos te olhando de esguelha e desconhecidos fugindo com medo de serem contagiados por sua doença. Foi aí que não aguentei e ri também. Péssima escolha.
Tentei ser discreta, mas você sabe que isso nunca foi meu forte. Bastou levantar o olhar para perceber que uma das meninas andando com vocês tinha percebido o meu divertimento e apontava em minha direção, também sem nenhuma vergonha pela falta de classe do seu ato. Você inclinou a cabeça para perto dela e logo em seguida olhou para mim.
Fez uma careta, sorrindo, e se aproximou. Quantos minutos de silêncio? Um? Cinco? Sei lá, acho que não importa... sabemos perfeitamente que estávamos pensando a mesma coisa: cadê aquela amizade que queríamos manter? Cadê a saudade do começo? Onde está a tristeza do fim? Talvez tenha ido embora, simples assim, sem nenhuma explicação complexa sobre "fins".
- Eu já disse que você precisa parar de ser escandalosa.
- E você, de ser doente.
- Minhas namoradas é que precisam de uma dose extra de juízo... Tenho... que voltar. Até New York?
- Até.
Tão mais fácil assim. Sem mágoa. Só boas memórias. E ótimas piadas internas para sempre.

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