—
Maria, quer ir lá em casa? Vou ficar sozinha a tarde toda e pensei em assistir
um filme. Que tal?
—
Ah, valeu por me chamar Calina, mas to só o pó. Se eu fosse ver um filme, ia
dormir nos cinco primeiros minutos! Chama o Sasha, ou o Rafa, eles com certeza
aceitam.
—
Acho que não… o Sasha anda meio fechado, nem conversa direito, e o Rafa… melhor
não.
—
Então a gente marca outro dia. Mas to indo, porque meus olhos mal ficam
abertos!
Quando
chegou em casa, Maria foi logo jogando a mochila no sofá, e um papel todo
dobrado caiu de dentro dela. Era o bilhete que Sasha tinha escrito uns quatro
dias antes, mas que ela não tinha prestado muita atenção quando leu. Só se
lembrava de que seu nome estava escrito bem grande no meio da folha com caneta
vermelha. Assim que o abriu, seu coração parou por cinco segundos, e depois
ficou apertado, angustiado. Em volta do nome, Sasha tinha escrito com canetinha
preta “te amo” várias e várias vezes e feito corações vermelhos em volta de
todos. Na parte de baixo da folha, a frase: “ser seu amigo não é fácil, tenho
que fazer sacrifícios como esse só pra te agradar! Mas no fim vale a pena,
porque quando preciso de dinheiro para o lanche você não pode me negar um
favorzinho desses! Brincadeira… ah, só mais uma vez: TE AMO, amiga chata”. Uma
lágrima escapou pelos olhos fechados de Maria.
—
Amiga, amiga… será que você não entende que eu não quero ser só sua amiga?
Apertando
o bilhete contra o peito, ela foi para a cozinha.
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