sábado, 11 de fevereiro de 2012

Segredos, Conflitos e Amor - Cap. 15

            Na manhã seguinte, Maria saiu de casa o mais cedo possível, só para não encontrar Sasha no caminho até a escola. Mas ele teve a mesma idéia, e quando ela estava fechando o portão de casa o ouviu andando e parando de repente. Por mais que ele quisesse ir embora e fingir que não tinha visto ninguém, alguma coisa o impedia e o obrigava a ficar ali, parado no meio da rua, deserta àquela hora da manhã, esperando por Maria. Ainda sem se virar e segurando o cadeado, ela começou a falar.
            — Não preciso que ninguém me espere.
            — Você não vai estragar meu humor a essa hora. Eu ainda to com muito sono e prometo que não abro a boca daqui até a escola. Agora vamos, por favor.
            Maria olhou para trás e para suas mãos nas barras do portão. Decidiu ir com o amigo e deixou os braços escorregarem até a lateral do corpo. Ela se colocou ao lado de Sasha, que tinha voltado a andar e virado o rosto para esconder um sorriso que escapou ao ver os passos da garota. Era como se ela não andasse, mas flutuasse; o andar dela não fazia barulho. Mais assustador era o jeito como ela descia escadas: seu corpo não subia e descia a cada degrau, como todos; vinha seguindo uma linha reta imaginária sobre sua cabeça.
            Nos primeiros cinco ou sete minutos de caminhada não houve uma única palavra de ninguém, um silêncio fúnebre, cortado novamente por Maria.
            — Acho que eu devia ter colocado mais uma blusa. Hoje esfriou muito.
            No mesmo instante, Sasha tirou a mochila das costas, desvestiu o moletom e o estendeu para o lado. Quando percebeu a demora de Maria para apanhá-lo olhou em sua direção e viu sua cara de espanto.
            — Não quer?
            — Você prometeu que não ia falar nada.
            — Esse sorriso quer dizer que fizemos as pazes?

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