Os três ficaram em silêncio olhando
para as próprias mãos até Maria se levantar. Rafael, que ainda segurava sua mão,
perguntou aonde ela ia, mas Maria apenas olhou para ele e puxou a mão. Assim,
desceu as escadas.
— É o Sasha. Sempre ele.
— Rafa, eles são amigos há séculos.
Não adianta você ficar bravo.
— Amigos… sei. Isso já passou de
amizade faz tempo, e eu é que não vou ficar esperando pra ver onde vai acabar.
Ele se levantou e também desceu as
escadas, atrás de Maria, que estava sentada em um banco ao lado da quadra.
— Ei, o que aconteceu? Você saiu
correndo depois que a Calina falou do…
— Não, não tem nada a ver com ele. O
que me irrita é a Alice. E como eu sabia que depois de a Calina ter começado o
assunto vocês iriam falar dela, resolvi sair antes.
“Ótimo”, Rafael pensou “nem vou
precisar fazer muita coisa pra afastar os dois. A Alice faz isso sozinha.”
— Ninguém vai falar dela se você não
quiser. Vem. Vamos lá pra cima.
O resto daquele dia foi muito
cansativo para todos. O professor de Matemática passou uma lista enorme de
exercícios e na aula de Português a professora decidiu pedir uma redação
faltando vinte minutos para o sinal bater. Isso sem contar a aula de Educação
Física.
Depois de um dia assim, finalmente
sexta-feira. Mas todos estavam desanimados pensando nas provas da semana
seguinte, e cada um reagia de uma maneira. Enquanto Sasha mal se alterava,
Maria ficava insuportável, se irritava com qualquer pergunta ou palavra
dirigida a ela. E ainda assim, Rafael não saia de perto dela. E quanto mais
tempo Maria passava com ele, mais Calina ficava de fora dos planos da amiga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário