— Longe…? Termina a frase.
— Longe das amigas, é claro! Agora
chega de papo, vamos entrar no ônibus logo. Não quero me atrasar.
Aquele fim de semana passou, vieram
outros, e ao longo de três semanas Alice se ocupou de envenenar Calina contra
Maria, que continuava se aproximando cada vez mais de Rafael. E Sasha não
gostava nada disso. Não gostava de perceber que Maria não conversava mais com
ele nem com Calina como antes, que a única pessoa para quem ligava era Rafael.
E odiava ver Alice conversando com Calina porque tinha certeza de que a
Princesinha do Gelo não tinha de bom para falar, de nada nem de ninguém. Mas da
última vez em que tentou conversar com Calina sobre isso foi chamado de
enxerido. Então não disse mais nada.
— Eu vi o Sasha te olhando hoje, com
aquele jeito de desconfiado de novo. O que será que ele acha que você ta
fazendo comigo? Lavagem cerebral? Parece que ele não percebe que eu sou
grandinha o suficiente pra me cuidar.
— Calina, entende o seguinte: o
Sasha acha que pode mandar em você e… na Maria. Bem, eu sei que a Maria
realmente precisa que alguém diga a ela o que fazer sempre, mas você? Ah, olha
eu falando mal da sua amiga de novo…
— Esquece, já to acostumada com
algumas características dela. Essa aí, por exemplo.
Sentada em uma das mesas da cantina,
Calina olhou para atrás, na direção de Maria, que estava na fila da cantina.
Com Rafael. Sempre ele. Por dentro, ela riu. Se lembrou de quando o próprio
Rafael disse essas mesmas palavras se referindo a Sasha. Ela mal podia
acreditar que em tão pouco tempo, em meras três semanas, Maria tinha virado uma
completa estranha.
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