quarta-feira, 7 de março de 2012

É Ela!

— Posso te perguntar uma coisa?
— Só não garanto resposta.
— Poxa, Antônia… eu aqui na pior e você tirando sarro.
— Não tem ninguém tirando sarro. Pergunta logo.
— Grossa. — Elio deu uma risada desanimada — Antô, você me acha bonito?
Antônia corou.
— Por quê?
— Só responde.
— Acho.
— Legal também?
— Óbvio; caso contrário você não seria meu amigo.
— Não sou burro, sou?
— Muito pelo contrário. Que perguntas são essas, Elio?
Ele ficou quieto. Deitou no sofá que ficava de frente ao que Antônia estava.
— Será que eu tenho cara de quem beija mal?
Antônia sentiu o coração ir parar no estômago.
— Como é que eu vou saber?! Elio, não me enrola, fala logo por que você ta perguntando isso.
Sentado no sofá, ele apoiou os cotovelos sobre os joelhos e colocou a mão de Antônia entre as suas.
— Não sei mais o que eu faço, Antô. Eu gosto de uma garota, que pelo jeito não vê nada de errado em mim, mas ela é minha amiga e tenho medo de perder uma amiga  não ganhar uma namorada.
— Elio…
— O problema é que mal consigo ficar perto dela ou falar alguma coisa. E… espera, meu celular ta tocando. É… é ela! Alô? … não, não… claro, vou sim… daqui uma hora? … ta, até daqui a pouco. Beijo.
— O que ela falou?
— Eu vou no cinema com a Camila! Com ela! Dá pra acreditar?! Ela deve ter ouvido meus pensamentos!
— Ah, então… você tava falando dela… que legal.
— Eu sei, cara, to muito feliz! Vou me arrumar, tchau!
Elio saiu correndo, bateu a porta, nem viu a reação de Antônia.
— Maldita sortuda.

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