Pela primeira vez, Maria ficou sem reação. Abaixou a cabeça, cruzou os braços e suspirou. Seus olhos marejaram e Calina se sentiu muito mal por deixar a amiga daquele jeito, mas antes que a primeira lágrima caísse ela olhou para cima e começou a rir.
— Gente, como eu sou besta! Tanto drama por nada. Como é que vocês me aguentam?
— De verdade? Não tenho a mínima idéia! Você é tão chata, mas tão chata que chega a doer. Acho que eu só fico perto de você na esperança de que as minhas notas fiquem iguais as suas!
Nessa hora, o celular de alguém começou a tocar, mas nenhuma das duas reconheceu o toque, até que Maria puxou um aparelho do bolso.
— Mas o Fumio é muito desligado, mesmo. Me entregou o celular dele ao invés de meu. Adivinha quem ta ligando?
— Não sou vidente.
— O Sasha. — Maria apertou o botão para atender e Calina logo puxou o celular e ativou o viva-voz — Alô?
Sem entender nada, ele demorou a responder.
— Quem é?
— Sou eu, Sasha. O Fumio me deu o celular errado.
— Hã?
— É a Maria!
— Mas o que você ta fazendo com o celular do Fumio?
Maria deu um tapa na testa e bufou. Quando voltou a falar, dizia tudo lentamente.
— Acabei de dizer que ele me entregou o celular errado. Lembra que quando você chegou ele disse que veio me dar meu celular?
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