— Ué, você vai embora?
— Só eu não, a gente vai pra sua casa, porque eu corro risco de vida se continuar aqui. A Maria ta com um mau-humor sem igual.
— Ta brincando, né? — Calina fez que não com a cabeça e começou a seguir o amigo em direção a casa dele — Ótimo, me troquei de novo pra nada.
— Hã? Você trocou de roupa quando eu te chamei? Mas você ainda ta de uniforme…
— Lá em casa você vai entender o que eu quis dizer. Aliás, por que você ta vindo comigo?
— Porque não to com vontade de voltar para casa agora. E eu preciso de uma pequena ajuda em Física… e Química… e Matemática…
— Fala logo ‘em tudo’.
Calina riu pelo nariz enquanto Sasha abria o cadeado. Quando entraram na casa, ele disse que já ia voltar, e se ela quisesse beber alguma coisa era só ir até a cozinha e pegar o que tivesse. Ela decidiu pegar um copo d’água e ao fechar a porta da geladeira escutou Sasha chegando e se virou. Se não soubesse quem era, seria difícil acreditar no que via. Ele costumava estar sempre arrumado, suas roupas pareciam sempre novas e até mesmo o cabelo desarrumado parecia ter sido deixado daquele jeito de propósito. Mas naquele momento ele estava vestindo uma regata puída e uma bermuda suja de tinta, e seu cabelo estava realmente bagunçado. Diante da surpresa da amiga, ele abriu os braços e perguntou:
— Me entendeu?
— Acho que sim.
— Sabe, sou meio desastrado em casa, então para evitar acidentes com roupas boas, uso os meus “panos de chão”. Até nas horas em que tem alguém em casa.
— Ah… sei.
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