sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Perfeição


Todos temos aquele momento de meditação, normalmente antes de dormir, enquanto estamos deitados na cama sem sono nenhum, olhando para o teto no escuro. Esse escuro todo nos lembra uma pessoa, alguém que não sabemos se lembra de nós ao se deitar. E assim ficamos horas a fio, com o coração pulando, mortos de ansiedade, respirando ar e expelindo paixão. Muitas vezes nem nós entendemos o porquê de toda essa alteração; nem perto da pessoa estamos, não estamos olhando para ela, o seu perfume não está nos embebedando. Ou pelo menos é o que pensamos. Afinal, ela está sempre no nosso coração; basta fechar os olhos para enxergar aquele rosto perfeito; é só respirar fundo que o cheiro inconfundível da pele invade os pulmões. Quem nunca quis esquecer que alguém pode reunir tanta perfeição, apenas para dormir um pouco, para ter energia e conseguir ficar acordado no dia seguinte, admirando a beleza do outro? Queremos tocar aquele rosto e sentir o toque daquelas mãos. Seríamos capazes de ocupar as 24 horas de nosso dia andando ao lado da pessoa, para, além de ter sua presença, ter certeza de que nada nem ninguém irá machucá-la. O engraçado é que muitas vezes, após certo período de convivência, passamos a reconhecer seus defeitos, mas nem por isso deixamos de enxergar a pessoa com uma magia única, que faz qualquer imperfeição parecer insignificante. Porque o amor não é cego. Muito menos surdo e mudo. Ele é compreensivo, tolerante. O amor é tudo aquilo que qualquer um de nós jamais será. Perfeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário