sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Se Eu Fosse Uma Rosa - Capítulo 05

Mas quando chegaram lá, deram de cara com Pietro, sentado conversando com a única garçonete do lugar. Laura ainda me tinha nas mãos, e quando o viu, começou a dobrar meu caule, e por pouco não o quebrou. Para quem não sabe como é ser uma flor, imagine uma pessoa tentando encostar sua nuca na sua lombar. É a mesma coisa.
Caio respirou fundo de novo e foi até a garçonete, para tentar pedir duas casquinhas. O problema era que Pietro não esquecia seus desentendimentos facilmente.
— O que é isso? Estão me seguindo agora? Já que eu deixei vocês em paz, o que vocês acham de fazer o mesmo por mim?
— Nós só vamos pedir os sorvetes e vamos embora, não se preocupe. — e falando com a garçonete — Duas casquinhas de morango, por favor.
Ela foi buscar o pedido, deixando os três sozinhos, em um silêncio tão pesado que poderia ser cortado com uma faca. A máquina de sorvete ligou e meio minuto depois a garçonete voltou. Caio pagou e ao se virar para ir embora, Pietro decidiu provocá-lo.
—Não recebo nem um tchau? Achei que nós éramos amigos.
Laura me segurava de cabeça para baixo, mas ainda assim foi possível ver o sorriso malicioso dele e como a garçonete ficou apavorada ao ver que Caio tinha aceitado a provocação. Ele parou e riu pelo nariz.
— Caio, não. — Laura pôs o sorvete na mesma mão em que eu estava e segurou o namorado com a outra — Não vale a pena. Vamos. — ela o puxou, mas ele se desvencilhou e voltou até Pietro.
— Você tem razão. É muita falta de educação sair sem se despedir. E eu também vou te dar um presente, que tal?
Caio nem pensou antes de esfregar o sorvete no rosto de Pietro, que se engasgou.
A garçonete estava paralisada, branca; Laura jogou a mim e ao sorvete no chão e foi socorrer Pietro. 

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