domingo, 4 de dezembro de 2011

A Tristeza Mais Alegre

Desde o instante em que nascemos, queremos coisas. Queremos respirar, queremos nossa mãe, queremos comida. Conforme crescemos, passamos a pensar em coisas diferentes; queremos um carrinho, uma boneca, uma bola, queremos ir lá fora num dia de chuva. O tempo passa mais um pouco e tudo muda de novo: queremos crescer logo, queremos ter alguma profissão que achamos divertida quando crescermos. E assim a vida passa, e nós sempre queremos algo diferente, que achamos que nos trará felicidade. Mas entre tudo aquilo que queremos, o que realmente nos derruba é querer alguém. Alguém que não podemos ter. Alguém que também quer alguém, que não é a gente. Alguém que nos faz ter uma breve visão do paraíso quando aparece. Alguém que não tem a mínima noção do que sentimos, porque temos medo de ter um enfarte ao dizer. Alguém que nos deixa gelados, com a respiração alterada, sonhando com os olhos abertos pela simples lembrança que guardamos na memória. Alguém que nos tira noites preciosas de sono. Alguém que, somente com sua presença, nos alegra. Alguém que amamos tanto, mas tanto, que preferíamos nem ter conhecido, pois isso nos pouparia muito sofrimento. Alguém que ainda esperamos ter ao nosso lado, para dizer as três palavras mais simples e mais ricas do nosso vocabulário: eu te amo. Quem pensa que tudo o que foi dito é dramático demais, que o amor não é tudo isso, que os apaixonados são sofredores por escolha pode estar certo. Mas tenho certeza de que, sofredores ou não, sabendo ou não, os apaixonados são os mais felizes do mundo, pois a cada vez que vêem o seu alguém, sentem a tristeza mais alegre da Terra. O amor. 

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